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Mercado de permutas ganha espaço no País
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
02/08/2010 | 07:07
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Um novo segmento, o de redes de permutas multilaterais, vem em ascensão no Brasil, crescendo ao ritmo de dois dígitos ao ano. A expansão prevista é de até 35% neste ano.

O sistema de troca de produtos por outras mercadorias não chega a ser novidade - remonta ao início da civilização (quando não havia moeda como meio de troca) - mas adquiriu nova roupagem, que tem ganhado aceitação crescente no mundo, e esse formato desembarcou há apenas dez anos no País.

Trata-se do sistema em que uma companhia estabelece um banco de permutas para que empresas interessadas cadastrem produtos ou serviços, a fim de trocá-los por outros itens. Com isso, o filiado à rede pode efetivar negócios sem precisar dispor de dinheiro e não precisa necessariamente adquirir o produto do seu cliente. Pode buscar algo que consta na central intermediadora. Por isso, essa permuta é multilateral.

Pioneira nesse mercado no Brasil, a Tradaq, fundada há dez anos, conta hoje com 1.100 associados. Segundo o diretor comercial, Marco Del Giudice, já foram efetivados nesse período mais de R$ 150 milhões em transações entre os afiliados, que vão desde hotéis, gráficas, empresas de comunicação, eventos, fabricante de colchões, móveis etc.

O executivo cita que, nos Estados Unidos, o formato já reúne centenas de empresas, enquanto no País, ainda engatinha - o mercado movimenta por ano cerca de R$ 50 milhões -, com apenas três ou quatro participantes.

No entanto, o ritmo de expansão no Brasil é animador. A companhia, que cobra 10% de comissão do vendedor na intermediação, vem crescendo de 25% a 30% em faturamento nos últimos três anos e espera manter esse patamar de expansão neste ano.

Giudice enumera as vantagens: "(A rede de permutas) alavanca vendas, reduz ociosidades (das empresas) e permite a aquisição de novos clientes".

Como exemplo de oportunidades de cadastro, hotéis que têm quartos ociosos em períodos do ano ou fábricas de móveis que não utilizam toda sua capacidade instalada.

A diretora comercial da rede Permute, Nádia Nunes, cita ainda outros benefícios. "Preserva o fluxo de caixa (já que dispensa a necessidade de utilizar pagamento em dinheiro) e tem risco zero de inadimplência (a intermediadora garante o negócio)", afirma. Sua companhia está há sete anos no mercado e tem carteira com 600 empresas cadastradas, que negociam os produtos tendo como referência UPs (Unidades de Permuta). Cada UP equivale a R$ 1.

Nádia também observa forte evolução desse mercado. A Permute, que registra anualmente a movimentação de 11 milhões de UPs (ou seja, R$ 11 milhões), prevê expansão de 30% a 35% em vendas neste ano, com o foco no segmento corporativo.

 




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