Automóveis Titulo Mercado
Mulally quer ampliar negócios
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
07/04/2010 | 07:00
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Em visita ao Brasil, o presidente mundial da Ford, Alan Mulally, reafirmou ontem que o País faz parte da estratégia de desenvolvimento e produção de carros globais. No entanto, o executivo não anunciou ontem, em São Paulo, nenhum novo projeto específico.

Questionado se iria anunciar investimentos em visita amanhã ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, Mulally disse que gostaria de dar a notícia em primeira mão ao mandatário brasileiro.

Há três anos na presidência mundial da Ford, o executivo disse que veio ao País reforçar planos e metas, revisar a produção e preparar a empresa para ampliar o número de produtos oferecidos ao consumidor brasileiro e sul-americano.

Mulally é mais um dos executivos mundiais em romaria nos últimos meses ao Brasil, cujo mercado deve se firmar como o quarto maior do mundo neste ano - desbancando a Alemanha da posição.

Ele veio acompanhado de seus principais executivos. Integram a comitiva Mark Fields, responsável pela operação da Ford nas Américas, e Jim Farley, vice-pesidente de marketing global e responsável pelas operações do Canadá, México e América do Sul.

A Ford é uma das montadoras que mais motivos têm para comemorar seus resultados no País. A companhia norte-americana tem lucro há 24 trimestres no mercado sul-americano, onde o Brasil representa cerca de 80% da operação.

Em 2009, a montadora cresceu acima da indústria e encerrou o ano com 10,3% de participação. No primeiro trimestre deste ano, a Ford aumentou ainda mais seu market share, e já tem 11,2% das vendas.

"O Brasil é um mercado maravilhoso", afirmou Mulally, que já passou dois dias na Bahia e ontem visitou São Bernardo, onde dirigiu carros da marca produzidos localmente. "Por isso, queremos ampliar nossos negócios aqui."

Se é tão maravilhoso assim, por que a Ford ainda não produz no País carros com características globais?, foi indagado Mulally durante entrevista coletiva. Altamente lucrativo, o consumidor brasileiro não mereceria maior atenção com carros de última geração da Ford?

"Sim", respondeu Mulally. "É por isso que eu estou aqui, para garantir que o Brasil seja uma das plataformas de novos produtos", respondeu o executivo, lembrando que, antes de assumir a direção da companhia, a Ford tinha participação global, mas agia com foco regionalizado.

"Vamos ampliar a oferta de carros globais no mercado brasileiro", disse, sem dar detalhes. Ele não quis, por exemplo, especificar quando e se vai ser comercializado aqui o novo SUV em desenvolvimento na fábrica de Camaçari.

Descartou a hipótese de o Figo, carro apresentado na Índia, ser vendido no Brasil. Disse que a Ford aposta mais no Fiesta local, que passará por reestilização. Falou que há planos para a venda do novo Fiesta, mas não especificou data.

Mulally afirmou que a tecnologia do Ecoboost, motor de menor tamanho e com maior economia de combustível já em aplicação nos Estados Unidos, também será aplicada em todos os mercados onde a Ford atua "ao longo dos próximos anos".

Mulally reforçou que o investimento de R$ 4 bilhões anunciado no ano passado foi o primeiro passo da aposta da Ford no Brasil. Com os recursos, a companhia vai ampliar a produção de 250 mil para 300 mil carros por ano na Bahia, além de investir em infraestrutura da fábrica e tecnologia.

O presidente mundial da Ford afirmou que a companhia conseguiu recuperação em nível global, já que a partir do quarto trimestre de 2009 alcançou a lucratividade em todas as regiões do mundo onde participa.

Ao vender marcas, como Volvo e Land Roover, e centrar a recuperação na Ford, Mulally diz que segue os preceitos do fundador da companhia, Henry Ford, que buscava produzir carros que agradassem ao consumidor, aos empregados, colaboradores e acionistas da empresa. "Temos de reforçar a presença nos mercados onde atuamos."




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