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Filho de Gilson Menezes exalta lado 'paizão' do político

Gilson Menezes Júnior, emocionado, disse que o ex-prefeito ensinou pelo exemplo: 'Apesar de rigoroso com nossa educação, sempre nos deu amor'

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
23/02/2020 | 21:53
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Visivelmente abalado, um dos quatro filhos de Gilson Menezes (PSB), ex-prefeito de Diadema, Gilson Menezes Júnior, 39 anos, relembrou durante o velório a figura do pai dentro de casa. “Ele é um paizão, que nos ensinou pelo exemplo. E mesmo com suas ocupações da vida pública, nunca se fez ausente, muito pelo contrário. Apesar de rigoroso com nossa educação, sempre nos ensinou por meio do amor.”

Gilsinho, como é conhecido, recordou também a batalha do pai nos últimos dias. Gilson precisava de transplante de rim e fazia hemodiálise. “Ele sabia que sua saúde estava debilitada, mas estava em paz, alegre, mesmo com o sofrimento. Ele era muito desprendido das coisas materiais, por isso acredito que foi em paz.”

Além de Gilsinho, Gilson, que morreu na madrugada deste domingo, é pai de Alexandra, 47, Luciana, 43 e Renata, 32. Ele deixa também sete netos e duas bisnetas.

Amigo de longa data, João Paulo de Oliveira, ex-vereador e ex-presidente da Câmara, lembrou que a amizade surgiu na época em que trabalharam juntos na Scania. “Passamos por tantas coisas juntos, militância, greves, regime militar, cassações. Mas o que me lembro com mais carinho é de quando ele se elegeu a primeira vez em Diadema (em 1982). Fizemos uma campanha de porta em porta, entre os bairros e as comunidades. Foi muito bonita aquela vitória. E, apesar de ter se filiado a outros partidos, ele nunca perdeu suas raízes e seu viés de esquerdista. Acredito que a única guerra que ele perdeu na vida foi essa última, para sua doença.”

Funcionária da Prefeitura de Diadema por 25 anos, agora aposentada, a auxiliar de enfermagem Sueli Gomes, de 55 anos, fez questão de prestar sua última homenagem ao político. “Venho aqui por causa do ser humano que ele era. Sempre tratou a todos por igual. Ele era muito humilde e se importava com os direitos e necessidades dos mais necessitados. Diadema ganhou muito por meio de suas 'mãos'.”

O presidente da Câmara de Diadema nos últimos dois anos do mandato de Gilson Menezes (1999 e 2000), Laércio Soares (PCdoB) definiu a morte do político como “irreparável”. “Além de seu caráter, ele era de um coração enorme. Foi um divisor de águas para a cidade. Ele ficava muito mal quando não conseguia solucionar algum problema, muitas vezes, quando não cabia a sua competência. Espero que sua família tenha o conforto necessário.”

Também ex-presidente do Legislativo, o ex-vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), citou que conheceu Gilson no fim de 1977, quando ele trabalhava em uma pequena empresa no bairro Piraporinha. “Fizemos paralisação pelo não pagamento da inflação mensal. Dioclécio Dias, que era funcionário, e eu paramos fábrica, que era pequena. Era fim de 1977. Nos dirigimos ao Sindicato dos Metalúrgicos e o Gilson nos atendeu”, comentou. “Pouco mais para frente ele saiu candidato. Antes eu havia participado de todos os movimentos grevistas. Fiz muita campanha, com muita dedicação. Tinha dificuldade porque não tinha material, não tinha recurso. A gente ganhou e ele virou o primeiro prefeito do PT da história no Brasil. Fez administração que ficou para história.”

Atual líder da Câmara de Diadema, Pretinho do Água Santa (DEM) lamentou a morte de Gilson. “Ele era de fato um homem do povo. Em suas duas passagens como prefeito não mediu esforço para beneficiar a população mais carente da cidade, lutou pelos mais pobres, pelas crianças, pelos idosos. Ele apoio os movimentos de moradia, o transporte digno e a saúde para todos. Portanto, me identifico com ele. A cidade perdeu um grande homem e um político exemplar. Ele fez mandatos em favor do povo mais necessitado e é assim, exatamente assim, que eu acho que serve a política, para beneficiar os mais carentes.”
 




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