Economia Titulo Veredicto
Redução de jornada será votada dia 30

Diminuir tempo de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem corte nos salários, pode gerar 2 milhões de vagas

Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
18/06/2009 | 07:00
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A antiga discussão da redução de jornada semanal - de 44 horas para 40 horas - sem corte nos salários parece estar perto de um veredicto. Caso a votação da PEC (Proposta de Emenda a Constituição), que está prevista para o dia 30, seja aprovada, a estimativa das centrais sindicais é de que 2 milhões de empregos sejam gerados.

O 11º Congresso dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes - que começou ontem e termina amanhã - debateu a questão e enfatizou a importância da aprovação da medida.

Para o Presidente do sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, a aprovação da proposta aproxima a construção de um Brasil com emprego, renda e inclusão social."Apesar de desejar que a medida entre em vigor, sabemos que os empresários não concordam com a ideia, afinal, é muito mais fácil acordar banco de horas quando a produção não está a todo vapor ou pagar hora extra, quando necessário. O que o empregador não quer é ter despesa com um novo funcionário", explicou Arthur Henrique da Silva, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Além da redução de jornada, a emenda propõe o aumento do valor pago em hora extra, de 50% para 75%. Depois de aprovada a votação do relatório, a PEC 231/95 será votada, em dois turnos pelo plenário. Hoje o evento terá a presença do deputado Federal Ciro Gomes (PSB-CE).

PIONEIROS - Há dez anos, o Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo e Região conseguiu a redução de jornada semanal para algumas empresas do setor. "Por exemplo, a Pirelli e a Bridgestone Firestone, ambas em Santo André, têm jornada de 39 horas e meia por semana. A maior dificuldade é conseguir uma convenção que possa beneficiar todos os trabalhadores da nossa base", explicou o presidente do sindicato, Terezinho Martins da Rocha.

Outro setor que antecipou a decisão nacional e já alcançou a redução de jornada sem alteração na folha de pagamento é o dos trabalhadores químicos da indústria farmacêutica do Estado de São Paulo, representados pela Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico).

A partir de setembro, 42 mil trabalhadores da categoria, 5.000 deles no Grande ABC, passam a atuar quatro horas a menos por semana.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, Cícero Firmino, o Martinha, a redução de jornada, sem desoneração salarial, é possível graças ao avanço da tecnologia nas últimas duas décadas. "O processo de automação permite que a produção seja maior. Não é necessário que os trabalhadores atuem 44 horas semanais", destacou.




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