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'Denúncias contra Beto são vazias', diz Aidan

Prefeito classificou as denúncias contra seu homem-forte na relação com os vereadores de 'sem provas'

Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
22/02/2009 | 07:00
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O PT de Santo André, mais especificamente o seu presidente, o vereador Tiago Nogueira, não deve obter sucesso na tentativa de fazer com que o prefeito Aidan Ravin (PTB) exonere o articulador político na Câmara, Beto Torrado. O chefe do Executivo classificou as denúncias contra seu homem-forte na relação com os vereadores de "vazias e sem provas".

"Quem faz a denúncia tem de ter a consciência de apresentar provas. Isso, até o momento, não ocorreu. Pelo que estou percebendo, estão feitas denúncias vazias, sem provas. Até agora não tem nada apresentado", avaliou. Segundo Aidan, atualmente não há uma situação que jogue contra a continuidade de Beto em seu governo, no qual ocupa a chefia-adjunta de Gabinete e intermedeia a relação entre Executivo e Legislativo.

"Caso realmente seja comprovado que ele não tem capacidade, que teve ou tem agora uma situação delicada, tomarei uma atitude. Caso contrário, meu assessor tem pleno poder para tomar atitude em cima da pessoa que o está acusando. Denúncias sempre mexem não apenas com a pessoa que está sendo acusada, mas também com a sua família. Por isso, para fazê-la é preciso ter provas, especialmente quando se trata de uma pessoa que faz o seu trabalho e está preocupada com o bem da cidade", desabafou.

Aidan admitiu não ter total conhecimento do motivo pelo qual Tiago entrou na Justiça contra Beto, mas afirmou confiar em seu articulador. "Eu sabia que ele tinha participado do governo em São Paulo, como subprefeito (na verdade, Beto foi administrador regional, antiga denominação de subprefeito, de Santana-Tucuruvi). Mas situações ímpares você vai conhecendo aos poucos. Confio no Beto, pois se trata de uma pessoa dedicada, que faz o seu trabalho. Além disso, ele se apresentou ao Ministério Público para prestar esclarecimentos antes de ser chamado", disse.

O prefeito petebista defendeu a criticada articulação feita por Beto na Câmara. Depois de iniciar o mandato com 11 - dos 21 - vereadores na bancada de sustentação, o governo perdeu três aliados (com a saída do DEM) e hoje não tem a garantia de aprovar nem projetos que necessitem de maioria simples. "Articulação não é só o que uma pessoa quer. Tem de ser o par, governo e vereador, não apenas o vereador", disparou.

Aidan lamentou o que considerou de briga política. "A situação que está sendo colocada por este vereador é política, até porque é presidente de um partido e representa uma entidade. Lamento que eles (petistas) ainda estejam com muita mágoa e revolta por não ter ganhado a eleição."

Petista entrou com representação no MP

Tiago Nogueira entrou com representação no Ministério Público contra Beto Torrado por problemas administrativos que o articulador de Aidan teria tido no passado, os quais o impediriam de exercer cargo público. Na ação, o petista faz referência a uma suposta participação de Beto na Máfia dos Fiscais, esquema liderado, de 1993 a 1999, por vereadores e funcionários públicos das administrações regionais (atuais subprefeituras) que cobravam propinas de vendedores ambulantes.

Em sua defesa, Beto, que trabalhou nas gestões de Paulo Maluf e Celso Pitta, admite ter sido condenado e perdido os direitos políticos em função de "algo medíocre", um problema decorrente do fechamento de uma rua - comerciantes se sentiram prejudicados e entraram com processo.

Ele alega, porém, que a sua situação na Justiça está regularizada e, portanto, pode tranquilamente ser nomeado para qualquer cargo público. "Cumpri tudo de forma muito limpa. Agora, querem jogar meu nome na lama."

Outra denúncia do petista relata que Beto Torrado é réu numa ação sobre uso indevido de telefone, que teria sido usado sem relação com o trabalho que ele exercia quando administrava a regional de Santana-Tucuruvi.

Sobre essa questão, o articulador ressaltou que houve apenas uma burocracia para a compra de bloqueadores de ligações para celulares, atividade que à época foi proibida pelo Executivo paulistano. Segundo Beto, a informação foi passada para os mais de 600 funcionários sob responsabilidade e que os trâmites administrativos foram cumpridos.




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