A festa ficou para a próxima rodada. O futebol ruim que a Seleção Brasileira apresentou diante do México em Fortaleza, pela segunda rodada do Grupo A da Copa do Mundo, frustrou as quase 3.000 pessoas que foram assistir à partida no evento realizado pela Prefeitura de Santo André no Paço. Ao som de cornetas e buzinas, além de trajarem as cores verde e amarela, os torcedores demonstravam bastante confiança na equipe de Felipão antes de a bola rolar.“Vamos vencer por 2 a 1. A camisa do Brasil faz toda a diferença. Não estamos jogando um futebol de encher os olhos, mas vai dar certo”, previa o pintor Rodolfo Hinz, 48 anos.

O prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), elogiou a aceitação que os munícipes tiveram em relação à festa e brincou sobre a possibilidade de a Seleção Brasileira ser hexacampeã. “A alegria e a segurança estão garantidas para todos que vierem assistir aos jogos aqui. Só não posso assegurar o título da Seleção”, disse o mandatário. Porém, no fim da partida, o clima de frustração era predominante. “Estou decepcionada, o time é fraco. Esperava mais e não gostei. Acho que o hexa ficou para a próxima”, analisou a professora Maria Aparecida Vidor, 55 anos.

Nervosismo e animação marcam presença nos bares - A terça-feira teve mistura de apreensão e animação nos bares da região. As várias oportunidades de gol desperdiçadas pela Seleção Brasileira contrariaram as apostas dos festeiros, que pediam vitória por, no mínimo, dois gols sobre o México. Mas a cerveja, o chope, comidinhas e a música após o jogo não deixaram a animação acabar.

A pensionista Lourdes Carvalho Maia, 83 anos, veio de Campanha, Minas Gerais, para passar a temporada da Copa do Mundo na casa de parentes, em Santo André. Ontem, não perdeu tempo, acompanhou a neta no Terraço Figueiras, em Santo André, para ver o Brasil, comendo e bebendo uma cervejinha. “Tenho que aproveitar. Vou fazer isso em todos os jogos da Seleção”, disse.

O professor de Educação Física José Maria Júnior, 34, preferiu tomar chope, com o pessoal do trabalho, no Bookmaker Sport Pub, em São Bernardo. “É uma bebida mais leve para acompanhar a partida”, explicou. Sua aposta não se consolidou, ele esperava vitória do Brasil, por 2 a 1.

A vendedora Stefamy Campos, 25, que assistiu ao jogo no Intercontinental, em São Caetano, com amigas da faculdade, apostou no mesmo placar, mas revelou que assiste futebol “casualmente”. Já a auxiliar de departamento pessoal Driely de Araújo Campos, 21, torceu no Alameda 365, em Santo André, não gostou do placar, mas deixou claro que a diversão não acabou no fim da partida. “Vou aproveitar o samba daqui agora”, afirmou, na companhia da amiga Camila Leite, 21. (texto de Pedro Souza)

Único mexicano em restaurante da região celebra igualdade - Os tradicionais bares típicos mexicanos do Grande ABC receberam torcedores para acompanhar a partida de ontem entre Brasil e México. No restaurante Sí Señor de Santo André, por exemplo, entre as dezenas de pessoas presentes, havia apenas um mexicano.

O administrador de empresas Javier Gonzalez, 30 anos, compareceu ao restaurante temático com a mulher brasileira especialmente para acompanhar a partida. “Um local típico do meu país é a melhor opção para se ver o jogo do México, com tequila, pimenta e minha companheira”, afirmou.

Durante a partida, Gonzalez já previa que a seleção visitante iria dar trabalho, mas se surpreendeu com o marcador. “Gostei do placar final. Foi um jogo disputado e o goleiro mexicano (Ochoa) foi fundamental para o resultado. Ninguém esperava que o México ganharia um ponto contra o Brasil”, disse.

Animado com a performance do México, o administrador de empresas previu boas perspectivas para a seleção. “Nossa esperança é chegar à quinta partida (quartas de final). O México sempre cai no quarto jogo (oitavas). Agora temos um bom time para avançar pelo menos às quartas de final.”

Já a mulher, Carolina Oliveira, 33, ficou receosa com a Seleção Brasileira após a atuação de ontem. “Fiquei preocupada com esse resultado, já que ainda podemos pegar adversários mais fortes pela frente. Desse jeito a gente não ganha a Copa”, declarou. “Agora nossa torcida é para que as duas seleções se classifiquem para a segunda fase”, completou. (texto de Renato Gerbelli)