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Viver é preciso

Discutir publicamente a sucessão presidencial, neste momento, é uma posição desprezível: seja a favor da candidata oficial

Por Do Diário do Grande ABC
29/04/2009 | 00:00
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Discutir publicamente a sucessão presidencial, neste momento, é uma posição desprezível: seja a favor da candidata oficial, seja contra, é uma atitude oportunista e imoral avaliar o impacto de uma doença nas urnas. Dilma Rousseff, agora, não é ministra, não é candidata: é um ser humano. E a recuperação completa de sua saúde é o que há de mais importante. O comando está nas mãos de sua equipe médica. O que os médicos mandarem fazer é o que deve ser feito.

Se os médicos mandarem Dilma licenciar-se e descansar, é o que ela deve fazer, com apoio não só de seus aliados governistas mas de toda a opinião pública. Se os médicos a liberarem para trabalhar no ministério e fazer campanha, tudo bem - desde que mantenha o acompanhamento constante da saúde. Trabalhar de dia, viajar de noite e participar de inaugurações com sol e poeira, nem pensar.

Deixemos de firulas: quimioterapia é um tratamento desagradável, desgastante, que leva o paciente a se sentir mal. A quimioterapia traz, como efeito colateral, a redução da imunidade; o paciente fica mais vulnerável a outras doenças. Mas, se foi receitada, é porque é necessária; e todas as discussões políticas passam a se subordinar à necessidade maior, que é a recuperação total da ministra.

Falta mais de um ano para o início oficial da campanha pela Presidência. Até lá, há tempo suficiente para avaliar se é correto lançar Dilma Rousseff na arena das urnas. Não há tanta pressa; é possível e desejável, portanto, manter o decoro. Pois, acima de qualquer cargo, o que está em jogo é a saúde de uma pessoa.

VALE UMA PIZZA

O senador Heráclito Fortes, DEM do Piauí, mandou abrir sindicância para investigar a atuação de João Carlos Zoghbi, que foi diretor de Recursos Humanos do Senado. Entre as denúncias contra Zoghbi, está a escolha de sua babá, de 83 anos, para ocultar a participação da família numa empresa que faz intermediação de empréstimos consignados para funcionários do próprio Senado. Mas não vai dar nada, não. Zoghbi conhece tudinho sobre a vida do Senado.

SURPRESA!

Por falar em Zoghbi, o Banco Cruzeiro do Sul descredenciou a empresa de sua babá, a Contact, que o representava no Senado. Segundo o banco, a notícia de que havia ali uma babá-laranja o surpreendeu. Não é comovente a boa-fé e ingenuidade de nossos banqueiros? Faziam negócios de milhões com uma empresa e nem sabiam quem é que a dirigia!

VALE OUTRA PIZZA

Começa hoje também o julgamento, pela Comissão de Ética, do deputado do castelo, Edmar Moreira (MG). No máximo, fica sem sobremesa.

UMA A MENOS

Ainda na área do senador Heráclito Fortes: a funcionária Luciana Cardoso, salário de R$ 7.600 mensais, lotada em seu gabinete (mas que raramente ia ao Senado, por achar que ali era uma confusão), pediu demissão. Demorou: Luciana estava lá desde 2003 - este colunista, deliberadamente, não usou a expressão "trabalhava lá". Luciana é filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

EL OBISPO PRESIDENTE

Fernando Lugo, Fernando Lugo. Este sim é um pai da pátria.

...SE VAI AO LONGE

O Supremo Tribunal Federal marcou para hoje a retomada da discussão sobre a Lei de Imprensa. Vários dispositivos da lei, editada durante a ditadura militar, foram suspensos pela Justiça; o que se discute agora é se o restante da lei deve ser revogado. Até agora, dois ministros votaram: Eros Grau e o relator Carlos Ayres Britto, ambos a favor da extinção completa da lei. Mas a votação completa ainda pode demorar: a última sessão de julgamento ocorreu em 1º de abril.

O HOMEM DO PORVIR

Mangabeira Unger, ministro do Futuro, tem planos para transformar o Nordeste na China brasileira. A julgar pelos planos até agora apresentados pelo professor Unger, vem aí uma revolução: a troca da farinha de mandioca por arroz.




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