Política Titulo Nomeação
Tite põe na Câmara ex-'primeira-ministra'

Presidente do Legislativo de São Caetano nomeia Marília MArton como diretora administrativa

Por Daniel Tossato
19/02/2022 | 08:57
Compartilhar notícia
Divulgação


Atual presidente da Câmara de São Caetano, Tite Campanella (Cidadania) nomeou a ex-secretária de Governo do município Marília Marton para o cargo de diretora administrativa do Legislativo.
Marília Marton ficou conhecida, durante boa parte do ano passado, quando Tite sentou na cadeira do Executivo da cidade de maneira interina, como a primeira-ministra da gestão. Não era raro o então chefe do Executivo consultar Marília para tomar suas decisões administrativas.

A nomeação de Marília Marton para cargo dessa importância causa estranheza por alguns motivos. Em ação mais recente, a atual diretora administrativa da Câmara processou a Prefeitura de São Caetano por entender que teria direito a receber R$ 23,2 mil de férias proporcionais de 2019, ano em que foi exonerada da função comissionada do Palácio da Cerâmica. À época, com cargo de subsecretária de Inovação, manteve prestígio junto de Tite Campanella.

Conforme documento enviado pela Câmara de São Caetano, as atribuições de Marília no cargo de diretora administrativa englobam: dirigir, avaliar e controlar a execução da atividade inerente à diretoria administrativa, dar suporte às unidades organizacionais da diretoria, aplicar penas disciplinares, executar demais serviços quando determinados pelo presidente (da Câmara), entre outras atribuições.

Marília é casada com Beto Torrado, figura política conhecida na região, principalmente em Santo André. Empresário, ele estreitou relações com o ex-prefeito de Santo André – morto em janeiro de 2021 – Aidan Ravin.
Em 2020, Torrado foi condenado por escândalo no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento de Santo André), cujo esquema envolvia cobrança para liberação de licenças ambientais. A pena foi de 15 anos, quatro meses e dez dias de prisão. À época, o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) sugeriu que os envolvidos na ação criminosa causaram prejuízo de R$ 2,4 milhões ao Semasa.

Marília e Beto Torrado estão juntos há duas décadas e sempre tiveram bom trânsito com o tucanato paulista. Tanto que Marília tem, em seu currículo, passagens pelas secretarias estaduais de Educação e de Cultura, na Assembleia Legislativa e em subprefeituras da Capital, sempre patrocinada por nomes de peso do PSDB.

Marília também foi alvo de duas ações, uma popular e outra civil pública. Uma delas em São Caetano, ajuizada pelo advogado Adauto Osvaldo Reggiani, na qual alega que ela causou prejuízo ao erário no valor de R$ 312.585,88 em esquema envolvendo a empresa Emparsanco S/A. A outra ação ocorreu em Bragança Paulista, cidade do Interior paulista, em 2018, cujos questionamentos envolvem improbidade.

O Diário questionou o presidente da Câmara, Tite Campanella, sobre quais foram os requisitos utilizados para a contratação de Marília Marton, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;