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Setor moveleiro exporta US$ 1 milhão
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
06/02/2005 | 17:52
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O Consórcio de Exportação de Móveis do Estado de São Paulo, que reúne 32 indústrias, das quais 15 são do Grande ABC, começa a apresentar resultados. Depois de ter sido constituído, há um ano, o grupo fechou 2004 com o total de US$ 1 milhão em vendas ao exterior e a meta de crescer 30%, para atingir US$ 1,3 milhão em encomendas ao mercado internacional neste ano.

A Matic Entretenimento, de Santo André, é uma das empresas que efetivaram exportações no ano passado, com a ajuda do consórcio, que tem o apoio da Apex (Agência de Promoção à Exportação), Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Sindicato da Indústria de Móveis de São Bernardo e Região, entre outras instituições.

O sócio da Matic, José Carlos Fontana, afirma que há três anos já participava de programas do Sebrae, para alavancagem tecnológica, aprimoramento de design e outros, e nas reuniões com empresários surgiu o interesse de se associar para impulsionar o projeto de atingir o mercado externo. Embora seja do setor moveleiro, a empresa tem diferencial: produz equipamentos de entretenimento que unem mobiliário e eletrônica, como cabines de videogames encontradas em praças de lazer de shoppings e o brinquedo Mesa de Ar,  em que duas pessoas disputam jogo com arremesso de bolas.

Com este último item, a empresa efetivou vendas para Espanha e Hungria em 2004. Foram cerca de 150 máquinas durante o ano, que representaram 30% do faturamento anual de R$ 2,5 milhões da empresa. Para 2005, a expectativa de Fontana é crescer 30% em vendas totais, por conta de encomendas para outros mercados, como a Alemanha. A demanda aquecida fez o fabricante ampliar o quadro de pessoal de 35 para 50 funcionários. “Se forem confirmadas as encomendas teremos de contratar mais e termos dois turnos; hoje operamos apenas em um.”

Fontana destaca a assessoria oferecida pelo consórcio. O grupo passou a ter gerente que faz prospecção de mercado e tem convênios para oferecer consultorias em temas como qualidade, finanças, custos e programação. Uma das parcerias é com a escola Senai Almirante Tamandaré, em São Bernardo. “O Senai se modernizou em função de pedido nosso. Investiram em máquinas de última geração. A grande dificuldade sempre foi que a mão-de-obra não estava capacitada para tirar máximo proveito da máquina”, diz outro empresário do grupo, José Luiz Rodriguez, da R&C Indústria de Móveis, de São Bernardo.

O consórcio, cujo nome para se lançar no exterior é Export Furniture Brazil, desenvolve ainda trabalho de design, para criar padrão para o mercado internacional. Segundo a presidente do consórcio, Viviane Lea Lucilio, há diversos planos em andamento: dez empresas do grupo, que estão mais preparadas para exportar, terão até abril catálogo de exportação em inglês e espanhol. Em maio, deverá ser realizado um projeto comprador, evento que reunirá potenciais clientes do exterior. Os fabricantes terão estande na Fenaven, segunda maior feira do setor que será organizada no Anhembi em agosto.

No caminho certo – Viviane explica que parte dos industriais integrantes estão em estágio mais avançado e, por isso, houve a divisão em empresas exportadoras e pré-exportadoras, de forma a facilitar a assessoria e a consultoria. As que estão na fase pré receberão a visita de designer, que deverá fazer diagnóstico de itens a serem adequados ao mercado externo. É o caso da R&C Móveis, que produz dormitórios. “A idéia é desenvolver séries de produtos de acordo com a habilidade de cada indústria, para termos produtos com padrão semelhante”, afirmou Rodriguez.

Já o grupo de exportadoras são as que já iniciaram as vendas externas ou estão em vias de efetivar as encomendas. O empresário Osmar Ferreira Fernandes, da Segatto, espera concretizar negociações até meados deste ano. A empresa, de Diadema, que produz armários, estantes, home office e home theather, já tem catálogo pronto e produtos que atendem às exigências internacionais. Além disso, passou a ter representante no exterior e conta ainda com a prospecção feita pelo gerente do consórcio, que na última semana foi a Miami (EUA) visitar potenciais clientes para o grupo.

Salto – Mesmo as empresas que ainda não exportam colhem frutos em função das orientações que receberam. Fernandes afirma que foi possível crescer em 41% o faturamento em 2004 e espera voltar a ter expansão de 40% em vendas em 2005. “Parte do crescimento tem a ver com esse trabalho. O treinamento dos funcionários foi importante para melhorar a competitividade”, diz o empresário. Também está nos planos da Segatto, que tem 56 funcionários na fábrica, ampliar o quadro de empregados em 40% este ano.



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