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Ribeirão Pires atinge 100% de
ocupação em leitos para Covid

Prefeitura busca recursos para manter hospital de campanha; local corre risco de fechar em 10 de março

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
25/02/2021 | 07:00
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DGABC


O hospital de campanha de Ribeirão Pires, criado para atender pacientes contaminados pela Covid-19, atingiu 100% de ocupação em seus 24 leitos de enfermaria e sete de emergência, o que pode significar o colapso do sistema público de saúde na cidade no atendimento à pandemia do novo coronavírus. Em Mauá, para onde alguns moradores do município se dirigem em caso de emergência, a ocupação também é alta e ontem estava em 77%. Segundo o prefeito de Ribeirão Pires, Clovis Volpi (PL), 30% dos pacientes no hospital de campanha da cidades são moradores de outros municípios, como Rio Grande da Serra e Suzano.

A Prefeitura de Ribeirão vinha há dias tentando ajuda do governo estadual para manter as instalações do hospital de campanha, cujo contrato vence em 28 de fevereiro. Pelas redes sociais, ele alertou que o atendimento estava sobrecarregado e que era necessário união de esforços também entre as cidades para assistência do que chamou de microrregião.

Em 19 de fevereiro, o deputado estadual Thiago Auricchio (PL) solicitou ao Palácio dos Bandeirantes R$ 3 milhões para o custeio do equipamento. Sem retorno por parte do governador João Doria (PSDB), Volpi também acionou o MP (Ministério Público) para conseguir manter o equipamento, agora com sua capacidade esgotada, em funcionamento. Na segunda-feira, Volpi enviou novo ofício ao governo do Estado pedindo R$ 5 milhões para o hospital.

Inaugurado em abril, o equipamento contou com investimentos da ordem de R$ 1,8 milhão dos governos federal e estadual. A expectativa era que funcionasse enquanto durasse a pandemia, mas, segundo o governo municipal, da primeira leva de investimentos feita pela gestão estadual, restam R$ 62,4 mil, dinheiro que mantém o hospital aberto até 10 de março, explicou o secretário de Saúde da cidade, Audrei Rocha.

Segundo o gestor, os pacientes que chegarem enquanto o hospital estiver sem vagas serão encaminhados para aguardar atendimento em algum equipamento do Estado pela Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde). “Se não houver sinalização por parte do governo do Estado de que eles vão assumir o custeio, a partir de sexta-feira (amanhã) os pacientes que tiverem alta não serão substituídos por outros, porque teremos que iniciar o desmonte das estruturas”, afirmou.

Para o secretário, a situação vivida em Ribeirão Pires, de lotação máxima, deve ser vivenciada em breve pelas outras cidades do Grande ABC. “O número de internações aumentou drasticamente nas últimas semanas. Precisamos de medidas para impedir a circulação de pessoas, porque, quando se esgotam os recursos, somente com a população dentro de casa é que vamos poder conter a doença”, completou Rocha.

Volpi esteve ontem em Brasília, em contato com deputados federais, para tentar conseguir recursos que vão garantir a permanência do hospital na cidade. “Somos referência não apenas para Ribeirão, como para Mauá, Rio Grande da Serra, Suzano. Hoje (ontem) recebemos pacientes de Bofete (cidade do Interior, distante 259,5 quilômetros de Ribeirão), porque lá o sistema de saúde também está em colapso”, relatou. “Se a situação hoje é difícil, sem esses leitos vai ficar ainda pior”, concluiu.

As secretarias de Saúde, Casa Civil e Desenvolvimento Regional do Estado foram questionadas sobre o pedido de repasse financeiro feito pelo prefeito de Ribeirão Pires, mas não responderam até o fechamento desta edição. 




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