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Chery Cielo entra na concorrência
Wagner Oliveira
Enviado a Indaiatuba
02/06/2010 | 07:00
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Carro chinês, barato e competitivo não é mais só uma ameaça distante. O lançamento do Chery Cielo, nas versões hatchback e sedã, é a prova de que a China vai sacudir a competição global na indústria automobilística.

O veículo chega ao mercado brasileiro com ingredientes para o sucesso: design, tecnologia e preço atraente - R$ 41,9 mil. Para dar certo, precisa vencer o preconceito e superar a desconfiança do consumidor em relação a automóveis chineses.

No test drive na principal rodovia que corta Indaiatuba (SP), o Cielo, que na China se chama A3 (igual ao carro da Audi), mostrou desempenho adequado para um veículo de propostas urbanas, mas com alguma versatilidade também para a estrada. No Brasil, o nome do carro foi escolhido por meio de concurso.

Equipado com motor 1.6 Acteco a gasolina, o Cielo oferece 119 cv a 6.150 rpm. O torque é de 14,98 mkgf a 4.500 rpm. Equipado com câmbio manual de cinco velocidades, o propulsor tem maior rendimento em quarta marcha quando está na estrada - a quinta serve para descanso. A velocidade máxima é de 170 km/h, com aceleração de 0 a 100 km/h em 14 segundos.

Mesmo quem entra no Cielo desconfiado da capacidade dos chineses, sobre os quais, muitas vezes, pesa a acusação de copiadores, o veículo surpreende. Não é ainda um primor, mas a ergonomia interna convence, além de ser confortável. Materiais empregados em assentos, painéis, portas e teto dão a impressão de ser duráveis. Estes são fatores importantes para a decisão da compra.

O Cielo oferece boa posição ao dirigir. Apesar de haver pequena vibração, os ruídos não chegam a comprometer a acústica interna nem interferem na condução. O painel tem visual interessante e o console central avança até a alavanca de câmbio e freio de mão. Também há muitas opções de porta-trecos.

Embora sedã e hatch tenham o mesmo preço, a aposta dos representantes brasileiros da montadora chinesa é que o três-volumes ficará com apenas 30% do mix. Quando se vê os dois modelos lado a lado, entende-se por que. O hatch tem design traseiro muito mais atraente, além das sofisticadas lâmpadas LEDs, atualmente empregadas no mercado nacional apenas em veículos de luxo.

Também é surpreendente o nível de itens de série no Cielo. O carro chega com travas e vidros elétricos, direção hidráulica, ar-condicionado, freios a disco com ABS e EBD nas quatro rodas, equipamento que mantém a estabilidade, air bag duplo, sistema multilink independente de suspensão traseiro - outro item encontrado apenas em sedãs de luxo.

O carro, que já está sendo vendido em 33 lojas da rede, tem até ágio de R$ 5.000. O CEO da Chery no Brasil, Luis Curi, prometeu coibir a prática, já que o preço foi formado "diante de esforço da matriz e do importador" para dar competitividade ao Cielo.

Segundo o executivo, a Chery esforça-se na busca da excelência, já que é um projeto do governo chinês para posicionar seus fabricantes entre os melhores do planeta. "Há parceria e compra de tecnologia das principais marcas do mundo e de controle de qualidade, como o acordo com a JD Power. O design do Cielo, por exemplo, foi desenvolvido pelo Estúdio Pininfarina, na Itália. O carro recebeu cinco estrelas em avaliações de crash test", disse.

A marca espera vender 2.500 unidades do Cielo neste ano no País. A Chery já concluiu estudos para montar fábrica no ano que vem para a produção de 150 mil unidades por ano no Brasil. A montadora prepara mais seis lançamentos aqui, entre eles o compacto S18.




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