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Boates e prostitutas querem legalização
Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
12/08/2007 | 07:00
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Na semana em que foi fechado o Bahamas e a Justiça decretou a prisão do dono da boate, Oscar Maroni, empresários do ramo e garotas de programa voltaram a levantar a bandeira da legalização das casas de prostituição. Enquanto o projeto que regulamenta a profissão aguarda votação no Congresso, os interessados argumentam que a informalidade prejudica a todos.

Por falta de regulamentação, os empresários acabam atuando de forma ilegal e as prostitutas não têm como lutar por direitos trabalhistas, como licença maternidade.

O dono da badalada boate de São Paulo foi denunciado pela Promotoria após assumir em entrevista à TV Bandeirantes que o Bahamas é uma casa de prostituição de luxo. Todas as outras, que têm no letreiro os rótulos de casa de massagem, café ou american bar, continuam abertas. O caso foi considerado “hipocrisia” tanto pelas prostitutas como pelos donos de boates.

São 170 casas na região, cada uma com pelo menos 20 mulheres, segundo estimativa do Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC). Para se ter uma idéia do dinheiro movimentado pelo mercado do sexo na região, uma noite de trabalho, com três programas de R$ 100 por garota, movimentararia R$ 1,1 millhão.

Wilson Bianchi, presidente do Sehal, entidade à qual algumas boates são filiadas, argumenta que a regulamentação tiraria do mercado os estabelecimentos sem alvará, habite-se e condições de higiene.

“Quando surgisse um, os outros, que estariam legais, denunciariam”. Bianchi, que diz não ser proprietário de casas do tipo, defende a “desmistificação” da boate. “Criou-se essa cultura da promiscuidade. O motel passou por isso, era visto como um antro”, diz.

Sobram aos donos das casas artimanhas como registrar os estabelecimentos como bares ou hotéis. Eles conseguem alvarás nas prefeituras e, geralmente, mantêm bom trânsito com a polícia.

“Somos tratados como empresários ou como criminosos, dependendo da ocasião”, afirma o proprietário de um american bar. Ele relembra que quando todas as casas foram lacradas em 1996, em Santo André, “as mulheres foram para as ruas e virou uma zona.”



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