A Prefeitura de São Bernardo contratou a empresa Minerbo Fuchs Engenharia para fazer apuração dos serviços que precisam ser executados no Museu do Trabalho e do Trabalhador, no Centro, e que será transformado em Fábrica de Cultura.

A firma receberá R$ 118,9 mil por cinco meses de trabalho – o prazo pode ser prorrogado por igual período – e irá atuar juntamente com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), que já havia sido contratado anteriormente pela administração de Orlando Morando (PSDB) para analisar a edificação já construída no local. A Minerbo avaliará os serviços de mão de obra.

Idealizado pelo ex-prefeito Luiz Marinho (PT) para homenagear trabalhadores da cidade – em especial seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) –, o projeto começou a sair do papel em 2012, com previsão de entrega em 2013. Custaria R$ 18 milhões de recursos municipais e federais. Porém, nunca foi aberto.

Para piorar, foi alvo da Operação Hefesta, da PF (Polícia Federal) e do MPF (Ministério Público Federal), que apontaram existência de fraudes no processo de execução do projeto básico e da licitação para contratação da empreiteira Construções e Incorporações CEI. Secretários de Marinho chegaram a ser presos acusados de fraudar o certame – foram soltos na sequência. Marinho, ex-secretários e empresários são réus em duas ações movidas pelo MPF. Eles negam irregularidades.

Assim que assumiu a Prefeitura, em janeiro de 2017, Morando encaminhou ofício ao então governador Geraldo Alckmin (PSDB) para mudança de objeto da estrutura. Pediu e foi atendido no pleito para receber uma Fábrica de Cultura.

“A atual gestão da Prefeitura de São Bernardo sempre manifestou ser contra a construção de Museu do Trabalho no local e, por meio da Procuradoria-Geral, viabilizou esta ação como instrumento balizador, por conta das perícias que são realizadas. Formaliza assim toda a questão atual de estrutura do espaço”, diz o Paço.