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Importação de máquinas teve ano bom
Por Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
11/02/2008 | 07:08
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De carona no crescimento da indústria nacional, as empresas importadoras de máquinas e ferramentas tiveram um bom 2007.

No ano passado, impulsionados pela voracidade por crescimento de produção do setor de transformação – e ajudados pelo câmbio favorável às importações–, as companhias que fazem ponte entre os fabricantes internacionais de equipamentos e seus clientes no Brasil venderam cerca de 25% a mais do que em 2006. “Foi um ano muito bom para o setor”, definiu Alcino Bastos, diretor da Abimei (Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais).

A valorização do real frente ao dólar pode ter tirado a competitividade das exportações brasileiras, mas facilitou a entrada de produtos importados no País. Enquanto as exportações cresceram 16,58% no ano, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as importações subiram 32,04%. A entrada de máquinas e ferramentas dobrou: teve alta de 105,13% no período.

“Os equipamentos importados ficaram mais baratos por causa do câmbio”, confirma Bastos. Mas ele diz que isso foi só parte do motivo pelo aumento de negócios no setor, “O que realmente alavancou os investimentos das empresas foi a necessidade de produzir mais diante do forte aumento do consumo”, conta Bastos. “Em 2006, por exemplo, a indústria estava trabalhando com uma certa ociosidade. Já em 2007 isso não aconteceu”.

Perspectiva - “Para 2008 a expectativa seria ótima, um ano muito parecido com 2007, mas com a crise dos Estados Unidos o quadro de expectativas está piorando e o pessoal começa a ficar mais receoso”, conta Bastos.

Esse receio é sentido na Sanposs, empresa de São Bernardo que representa marcas da Alemanha e da Suíça. “Para este ano, a perspectiva era de continuação de um patamar de crescimento registrado no ano passado”, conta o diretor Roberto Santos. “Isto é, até essa crise norte-americana atrapalha tudo.”

No entanto, o diretor da Abimei diz que agora, ao invés de ser motivo de medo, a possibilidade de recessão norte-americana é apenas um tema para ser observado. “O Congresso aprovou o pacote econômico de George W.Bush, os bancos assumiram perdas e estão recebendo aportes financeiros, e isso indica que, em parte, a situação está sendo consertada”, diz Bastos . “Além disso, o Brasil tem uma pauta de exportação muito diversificada e a China continua crescendo. Pode ser que nada de mais aconteça”, aposta.




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