Política Titulo Crise na Saúde
Terceiro superintendente deixa Nardini em 10 meses

Em Mauá, Atila Jacomussi terá de indicar comandante do hospital pela quarta vez somente neste ano

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
02/11/2017 | 07:00
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Nario Barbosa 23/6/17


Terceiro superintendente do Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini, em Mauá, escolhido neste ano, Vanderley da Silva Paula pediu demissão do posto. Será a quarta vez que o prefeito Atila Jacomussi (PSB) terá de indicar um dirigente para o equipamento, que desde janeiro já passou pelas mãos de Ricardo Carajeleascow e Renata Martelo.

Para justificar a saída, Vanderley alega, entre diversos motivos, ingerências políticas na gestão do hospital, embora não personifique as interferências. “Quando trabalhei no (Hospital Estadual) Mário Covas, se eu encontrei o governador ou o secretário de Saúde do Estado cinco vezes foi muito. Você tem um contrato e precisa respeitar. O que observamos no município é todo mundo querendo fazer. Nessa tentativa de ajudar, atrapalham. Precisamos de agilidade e de autonomia”, discorreu Vanderley, que também citou problemas particulares de saúde.

O médico disse que comunicou tanto o Paço quanto a FUABC (Fundação do ABC) sobre o desejo de deixar o cargo há pelo menos duas semanas, mas ainda não deixou o comando do principal equipamento de Saúde do município porque aguarda o nome do sucessor. “Gostaria de fazer transição (da gestão), porque quando eu cheguei ninguém nos passou nada. Chegamos no escuro. Espero que até segunda-feira isso esteja definido.”

O ainda superintendente do Nardini cita “momentos de estresses” durante esses quatro meses de atuação, como desabastecimento de remédios e demissões em massa de funcionários da FUABC, que frequentemente promovem manifestações por falta de pagamento dos direitos trabalhistas. Tanto Renata quanto Carajeleascow deixaram o equipamento justamente por turbulências por conta das dispensas, cuja responsabilidade é atribuída à diretora administrativa e financeira da entidade, Lucy de Souza Lima. Atila, por outro lado, afirmou que ainda não foi comunicado por Vanderley.

SURPRESA
O chefe do Executivo foi pego de surpresa ontem ao tomar conhecimento pelo Diário de que o secretário de Saúde, Márcio Chaves (PSD), instituiu comissão interna para investigar “possíveis irregularidades no descumprimento de contratos” do setor. O grupo interno, segundo informações oficiais do próprio Paço, visa punir fornecedores da Saúde que estariam provocando o desabastecimento alegando calote nos pagamentos.

O decreto assinado por Chaves, segundo a administração, não pretende promover devassa nos acordos, apesar de o secretário sempre ter sinalizado interesse em submeter os contratos da área a pente-fino interno. A portaria foi publicada no Diário Oficial na terça-feira.

O texto não explicita os objetivos do grupo interno e o prefeito, que não tinha conhecimento da existência da comissão, não foi previamente avisado sobre a resolução.

Secretária adjunta da Saúde, Samara Kielmann explicou que haverá apuração de descumprimentos de contratos por parte de fornecedores de medicamentos e de insumos para o atendimento de urgência e emergência. Ela afirma que essas mesmas firmas, contratadas na atual gestão, estão condicionando o fornecimento de vários materiais ao pagamento de acordos descumpridos pelo governo do ex-prefeito Donisete Braga (PT). 




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