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De classe média, Camila optou por ser garota de programa
Por Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
12/08/2007 | 07:06
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“Vi um outdoor de uma boate, peguei o telefone e liguei.” Foi assim que Camila Lopes, 22 anos, começou na prostituição, aos 19.

A catarinense, que hoje atende o celular e negocia preços, não tem boas lembranças da primeira vez. “O homem sabia que nunca tinha feito programa e até foi sossegado. Mas foi o segundo homem com quem transei na vida.”

Desde então, perdeu a conta de quantos programas fez. Virou capa de revista e hoje ainda não pensa em largar a profissão, que não esconde de ninguém, nem mesmo do namorado e dos pais. Quer economizar mais e, quando achar que é a hora, fazer uma faculdade. Quem sabe de Veterinária? Seu sonho de infância.

“Minha família é de classe média, eu não precisaria disso. Meus motivos são bem particulares. Começou por curiosidade e hoje vir para cá trabalhar é diversão”, garante Camila.

A diversão, esclarece, está no ambiente, a balada diária que é trabalhar numa boate. Já os programas propriamente ditos são a parte chata. “Nunca é bom. Mas o dinheiro prevalece. Fecha o olhinho ali, vira de costas para o cara e só vê o cifrão”, brinca a moça.

Na hora H, relata, já enfrentou muita encrenca. Chegou a brigar com um cliente. “Tem dia que vem uma galera, fica bêbada. O cara acha que pode fazer com você o que quiser. Vira você de ponta-cabeça, te bate e acha que você tem de agüentar.”

O Bahamas, aquele que todo mundo ouve falar e onde pouca gente esteve, já foi seu escritório. “Cheguei a ganhar R$ 1.500 numa noite.”

Ela diz ter preferido ganhar menos em Santo André, onde completa os rendimentos com shows de strip-tease.

Camila posou para três revistas, o que lhe rendeu, além de dinheiro, a publicidade entre os clientes.

Tomando um copo de uísque, sentada na boate onde trabalha, exalta a esperteza de Bruna Surfistinha, a ex-garota de programa que lançou um blog, um livro e depois filmes. “Li o livro dela e adorei. Essa soube aproveitar.”



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