Política Titulo Cunha
Deputados do Grande ABC votarão pela cassação de Cunha

Alex e Vicentinho vão a Brasília amanhã para
apoiar afastamento definitivo do peemedebista

Raphael Rocha
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
11/09/2016 | 07:00
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ABr


A bancada de deputados federais do Grande ABC engrossou o coro para cassar o presidente afastado da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Alex Manente (PPS-São Bernardo) e Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-Diadema), anunciaram que, na sessão de amanhã, marcada para analisar o caso, votarão pela perda definitiva do mandato do controverso peemedebista do Rio de Janeiro. São necessários 257 votos para o impedimento do político.

Cunha é acusado formalmente de mentir em depoimento da CPI da Petrobras, quando disse que não possuía contas bancárias no Exterior. Porém, com desdobramentos da Operação Lava Jato, ficou comprovado que o deputado do PMDB carioca detinha recursos fora do País. Ele alega que essa verba era movimentada por meio de trusts (ativos administrados por terceiros aos quais ele diz não ter acesso).

Apesar da justificativa, o Conselho de Ética aprovou relatório produzido por Marcos Rogério (DEM-RO) em junho pedindo a cassação de seu mandato parlamentar – foram 11 votos a nove. Cunha também é investigado por receber dinheiro de empresas alvo da Lava Jato. O episódio se arrasta há 11 meses, o maior da história do Congresso Nacional.

“Vai ficar o legado de que ninguém passará impune pela corrupção, independentemente do nível de hierarquia do poder. Dos três maiores cargos da nossa República, dois foram cassados (Dilma Rousseff, PT, foi retirada da Presidência), porque acredito na cassação do Eduardo Cunha”, disse Alex, que vai paralisar a campanha à Prefeitura de São Bernardo amanhã para votar pela queda do peemedebista – seu vice, Admir Ferro (PTB), e coordenadores do projeto político continuarão pedindo votos.

“O legado que vejo é muito triste (em relação a Cunha), que prejudicou muito a imagem de toda a classe política. Ele é uma pessoa extremamente inteligente, que poderia ter contribuído muito. Mas usou toda a inteligência para o mal”, sentenciou Vicentinho.

A habilidade política de Cunha deixa em aberto duas possibilidades para a sessão de amanhã. Uma é de não haver quórum necessário para abertura dos trabalhos. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que votou no peemedebista para chefiar o Legislativo, avisou que dará andamento à sessão somente com a presença de 420 dos 513 deputados. Em período de eleições municipais, a chance de o plenário ficar vazio é passível de acontecer. A outra é acordo, nos mesmo moldes do processos de impeachment de Dilma. A petista foi afastada em definitivo, mas manteve seus direitos políticos.

“No que depender de mim e do PPS não terá acordo. Inclusive, o PPS foi o primeiro partido a pedir o afastamento de Eduardo Cunha quando do surgimento das primeiras denúncias de irregularidades”, disse Alex. “Não consigo prever muito como será o cenário. Acredito que os apoiadores do Cunha tenham alguma estratégia, mas neste momento é difícil apontar. O que vejo é bancada do PT unida para votar pela cassação”, analisou Vicentinho.

Nenhum dos dois deputados da região votou em Cunha na eleição de 2015: Alex apostou em Júlio Delgado (PSB-MG), enquanto Vicentinho apoiou Arlindo Chinaglia (PT-SP). São, ao todo, 511 deputados aptos ao voto, já que Rodrigo Maia e Cunha não podem se posicionar. 




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