As famílias brasileiras se mostram mais confiantes com a economia, neste início de ano, mas estão preferindo quitar suas dívidas e poupar a adquirir bens de consumo duráveis, como eletrodomésticos e carros. É o que mostra sondagem de expectativas do consumidor, apurada pela FGV (Fundação Getulio Vargas) e divulgada ontem.

O estudo aponta que, em fevereiro, o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) avançou 2,9%, passando de 116 para 119,4 pontos (numa escala que vai de zero a 200). Com isso, praticamente retomou o patamar de dezembro, quando estava em 119,6 pontos.

Esse índice é formado por vários indicadores, entre os quais o que mede a satisfação com a situação financeira da família, que avançou 3,5%. Outro quesito, que mede o otimismo em relação à situação econômica geral nos seis meses seguintes foi o que mais contribuiu com a melhora do ICC. Subiu 6,8%, atingindo 115,1 pontos.

Por sua vez, a expectativa de compras de bens duráveis, que também compõe o índice de confiança, segue fraca. Embora tenha subido ligeiramente - passou de 78,1 em janeiro para 79,8 pontos -, ainda está abaixo da média histórica, que é 83,7 pontos. "A melhora discreta não compensou a queda dos últimos meses", observa a coordenadora da sondagem, a economista Viviane Seda Bittencourt.

Ela cita que apesar de variáveis econômicas, como as referentes ao mercado de trabalho e à inflação, estarem em curva ascendente, isso não refletiu ainda em maior interesse pelo consumo.

Para a economista, no entanto, a tendência é de que o consumidor volte às compras com mais ímpeto ao longo do ano, na medida em que regularize sua situação financeira, já que o ambiente econômico deverá se manter favorável.