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Três cidades apresentam melhores notas no Enem
Por Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
14/09/2011 | 07:00
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Três cidades do Grande ABC se destacaram com as melhores notas no Exame Nacional do Ensino Médio de 2010. Entre as dez melhores públicas da região, São Caetano lidera com a Escola Municipal de Ensino Alcina Dantas Feijão, que obteve a melhor média entre as escolas públicas não técnicas (veja quadro). Enquanto que São Bernardo tem a melhor pontuação das escolas técnicas e particulares, com a ETE Lauro Gomes e o colégio Termomecanica. Santo André, por sua vez, não lidera, mas marcou presença com três instituições, seguida por Diadema e Ribeirão Pires, com uma cada.

Para o professor de Política e Organização da Educação Básica da Universidade Municipal de São Caetano Nonato Assis de Miranda, os municípios são os mais ricos da região. "Isso mostra que os investimentos são maiores, não que os demais não tenham condições. Mas cria-se essa diferença nas notas. A questão da realidade socioeconômica, o contexto à qual a escola está inserida, é um fator que interfere no resultado."

Para a diretora da Alcina Dantas Feijão, Márcia Gallo, o resultado mostra a preocupação com a Educação. Ela cita o corpo docente estável, aulas extras e infraestrutura como base para o aprendizado. "Oferecemos aula extra no período noturno sobre atualidades, comentamos questões de vestibulares anteriores. Isso enriquece e a adesão é muito positiva."

Márcia ressalta que, além das ferramentas disponíveis, o aluno precisa gostar e entender a proposta de ensino. "É uma escola tradicional, e o que nos deixa feliz é que a unidade tem estudantes com perfis diferentes, Isso mostra que não somos seletivos."

Pelo segundo ano consecutivo, o colégio Termomecanica, em São Bernardo - mantido pela Fundação Salvador Arena - obteve a melhor nota entre as escolas particulares.

Em segundo lugar ficou a Unidade Jardim, em Santo André, que atribui a boa colocação à formação geral e ampla oferecida. "O resultado está dentro do esperado. É uma consequência do trabalho desenvolvido durante anos. Não é possível montar um aluno para uma determinada prova. O que fazemos é dar noções para que esteja preparado para qualquer tipo de prova ou concurso", afirma o diretor da escola, Daniel Contro.

Simulado

Na explicação do colégio particular Eduardo Gomes, em São Caetano, que ocupou a terceira posição, a aplicação de simulados desde o 3º ano do Ensino Fundamental prepara o estudante para o exame. "Aplicamos a cada trimestre, para que possam desenvolver suas habilidades e competências. As questões estão ligadas ao conteúdo visto no período. A partir do 4º ano já conta como nota. No Ensino Médio se intensifica e preparamos os alunos para prestar qualquer exame", explica a coordenadora de simulados Maria Alice Banin.

Para professor, resultado não é a realidade

Para o professor de Política e Organização da Educação Básica da Universidade Municipal de São Caetano Nonato Assis de Miranda, o Exame Nacional do Ensino Médio é prova de adesão e não reflete a realidade das escolas. Ele também defende que as médias não podem ser usadas como ferramentas de comparação entre instituições públicas e particulares. "O que se investe em um ano na pública pode ser feito em meses na privada. O número de alunos em sala de aula também não é proporcional. Há uma desigualdade na comparação. Se pegar as escolas públicas isoladamente, nota-se uma melhora", avalia.

A maioria das escolas públicas ficou com nota abaixo da média nacional, que foi de 511, 21, na prova objetiva. O Ministério da Educação dividiu as unidades de ensino de acordo com o índice de participação dos alunos.

O professor acredita que a forma de divulgação por grupos é mais democrática, mas entende que o exame perdeu a identidade. "O que era para ser uma avaliação se transformou em instrumento de seleção para as universidades."

Na região, a Escola Estadual Waldomiro Guimarães, em Santo André, obteve a média mais baixa, com 490,88 pontos. Entre as particulares, ficou o colégio Vinicius de Moraes, em Mauá, com 525, 22.

A proprietária do colégio, Keyla Maria da Cruz Matias, acredita que o volume de participantes prejudicou o resultado. "Dos 69 alunos matriculados ano passado, apenas 11 fizeram. Houve um equívoco, porque muitos pensaram que o colégio era o responsável pela inscrição."

Para este ano as expectativas são positivas. "Todos os alunos se inscreveram, realizaram simulados, fizeram curso preparatório para o exame. Mostramos a importância do exame, lembrando que a nota pode ser a porta de entrada para ingressar na universidade."




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