Economia Titulo Folgas
Indústria da região
perde R$ 1,72 bilhão

Feriados nacionais e estaduais deste ano causarão prejuízo
de, ao todo, R$ 156 milhões por dia ao setor no Grande ABC

Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
20/02/2012 | 07:00
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Carnaval, Paixão de Cristo, Dia do Trabalho, Independência do Brasil, Proclamação da República e Natal. Esses são alguns dos feriados que causarão prejuízo de R$ 1,72 bilhão na economia do Grande ABC, neste ano, por falta de operação das indústrias. Ao todo, serão dez datas nacionais e uma estadual, que representarão custo diário para o setor de R$ 156 milhões.

O cálculo não considera os feriados municipais das sete cidades, muito menos os dias de enforcamento, ou seja, as segundas-feiras e sextas em meio aos feriados de terças e quintas. E a economia que perderá mais será a de São Bernardo, cuja perda diária chegará ao montante de R$ 67 milhões, somando R$ 747 milhões no ano.

As estimativas foram calculadas pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), que contabilizou o prejuízo paulista pelos feriados de R$ 14,096 bilhões no ano. Os valores são parcelas dos potenciais PIBs (Produtos Internos Brutos) industriais das cidades. Para estimar os valores de 2012, a entidade aplicou previsões para o PIB nacional, divulgadas pelo mercado financeiro e pelo Boletim Focus do Banco Central.

TAMANHO - O prejuízo que a indústria do Grande ABC terá com as 11 folgas do ano, de R$ 1,72 bilhão, é tão grande que comparado às perdas estaduais, fica com a oitava posição. Isso porque as previsões de custo para as economias serão de R$ 14 bilhões para São Paulo, R$ 5 bilhões para o Rio de Janeiro, R$ 3,6 bilhões para Minas Gerais, R$ 2,9 bilhões no Rio Grande do Sul, R$ 2,4 bilhões para o Paraná, R$ 1,8 bilhão na Bahia e R$ 1,79 bilhão em Santa Catarina. A estimativa para Goiás, oitavo entre os Estados, é de R$ 984 milhões.

A grandeza do potencial de prejuízo da indústria da região com os feriados tem maior destaque quando comparada com os PIBs industriais dos Estados. Segundo estimativas da Firjan, Acre, Amapá e Roraima acumularão em PIB industrial neste ano, respectivamente, R$ 1,03 bilhão, R$ 766 milhões e R$ 189 milhões.

CIDADES - Depois de São Bernardo, a cidade que terá maior prejuízo será Santo André, com cerca de R$ 300 milhões. Diadema segue logo atrás com previsão de custo à atividade industrial de R$ 250 milhões. Os três municípios são donos dos maiores PIBs industriais do Grande ABC.

O analista de desenvolvimento econômico da Firjan, Jonathas Goulart Costa, destaca que as perdas do setor com os feriados não são compensadas pelos ganhos que os serviços e comércio geram à economia. Isso, na avaliação do especialista, ocorre pela parcela de contribuição que a indústria tem no PIB e na manutenção das riquezas geradas diariamente, o que não é garantido pelas vendas no comércio varejista e na prestação de serviços.

Em São Bernardo, por exemplo, o PIB da indústria representou 36% do volume financeiro gerado pela atividade econômica do município em 2009, segundo último resultado estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Custo para o Brasil atingirá R$ 44,9 bi, sinaliza Firjan

No País, o custo econômico dos feriados atingirá R$ 44,9 bilhões, estima a Firjan. Dentro deste montante, R$ 40,6 bilhões serão proporcionados pelas folgas nacionais. Outros R$ 4,3 bilhões ocorrerão pelas datas comemorativas estaduais.

"Esse valor é duas vezes o orçamento do Ministério dos Transportes para a infraestrutura da Copa de 2012", compara o analista de desenvolvimento econômico da Firjan, Jonathas Goulart Costa.

Por meio da nota técnica, a entidade explica que "a paralisação excessiva da atividade econômica gerada pela quantidade de feriados impõe enormes custos ao parque produtivo e à competitividade nacional". E destaca que os prejuízos não ocorrem apenas na produção, mas também em negócios que deixam de ser realizados.

São Paulo, dono do maior parque industrial brasileiro, perderá R$ 14 bilhões com os feriados, estima a federação. O valor é resultado de R$ 1,2 bilhão a menos por dia útil não trabalhado no Estado.

 

 




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