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UFABC: doação de terreno é adiada
Andrea Catão
Do Diário do Grande ABC
02/09/2005 | 07:55
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Manobra da oposição ao prefeito de Santo André, João Avamileno (PT), fez com que a votação do projeto de lei que doa uma área pública para a instalação da UFABC (Universidade Federal do ABC) fosse adiada pela segunda vez. A matéria, que entrou na ordem do dia da última terça-feira, deverá ser votada somente na próxima sessão ordinária, na semana que vem. Vereadores afirmam que precisam de "mais tempo" para discutir a doação, embora desde novembro de 2004 tem sido amplamente divulgado que a área a ser doada será a atual sede da Secretaria de Obras, um terreno de 70 mil m² na avenida dos Estados.

Além de alegar "desconhecimento" da localização do terreno, muitos afirmam que é preciso que o governo federal ofereça uma "contrapartida" ao município pela doação de uma área que dizem valer R$ 40 milhões. Vale lembrar que o MEC (Ministério da Educação) vai investir R$ 50 milhões no primeiro ano de implementação da universidade pública e R$ 150 milhões anuais quando estiver totalmente instalada. "Eis aí a contrapartida", argumentavam os vereadores da situação. No entanto, não convenceram os opositores.

"A Prefeitura e o MEC colocaram a informação do terreno no material de divulgação da UFABC, mas só ficamos sabendo disso há uma semana", diz Paulinho Serra (PFL), que afirma ainda que o governo não teve "respeito" aos vereadores devido ao fato de não ter sido discutido o assunto anteriormente. Dinah Zekcer (PTB) diz o mesmo. "Não foi apresentada a razão deste terreno ser melhor que outras áreas públicas."

Donizete Pereira (PV), mesmo tendo conduzido a primeira audiência pública na Câmara no ano passado, alega que os vereadores não foram consultados. "Tem de ser feito um estudo do impacto que a universidade vai gerar no bairro residencial." Todos, sem exceção, se dizem "a favor" da universidade, embora estejam obstruindo a votação.

O mais exaltado na tarde de quinta-feira foi o vereador Carlos Raposo (PV), que pede uma "contrapartida" ao governo federal. O terreno de 70 mil m² foi avaliado em R$ 11 milhões, mas ele diz valer R$ 40 milhões sem, no entanto, apresentar qualquer avaliação técnica. "Temos de obrigar o governo a construir um viaduto, a terminar o hospital (da mulher) em troca deste terreno em local valorizado." Questionado do pesado investimento do MEC na construção da universidade e o desenvolvimento que vai gerar à cidade, desconversa. "Não precisa ser em Santo André, a universidade pode ficar em Mauá ou em Ribeirão Pires." Com isso, ele demonstra desconhecer que a lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabelece que a sede e a reitoria da UFABC serão em Santo André, conforme acerto feito no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.

"A oposição quer mais detalhes e exigiu que na terça-feira a secretária de Educação (Cleusa Repulho) e representantes do MEC dêem explicações. Infelizmente, a votação foi adiada com a promessa de que o projeto será aprovado na próxima semana. É esperar para ver", diz Heleni de Paiva (PT). A exigência de explicações da comissão que formata a UFABC faz parte do acordo para a oposição votar a favor da doação na próxima terça-feira.




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