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Incêndio destrói 40 barracos em divisa

Causa das chamas no Morro dos Macacos, entre Diadema e a Capital, não foi esclarecida

Por Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
01/02/2016 | 07:07
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Celso Luiz/DGABC


No mesmo dia em que o Diário publicou reportagem sobre o deficit habitacional no Grande ABC – mostrando que 100.062 famílias buscam lugar digno para viver –, um incêndio destruiu 40 barracos no morro dos Macacos, divisa entre Diadema e a Capital. O local concentra cerca de 500 moradores.

Foram necessárias 15 viaturas do Corpo de Bombeiros para apagar o fogo que, durou uma hora e meia durante a tarde de ontem. Não houve registro de vítimas.

As causas do incêndio ainda não foram esclarecidas. De acordo com os bombeiros, o calor e a madeira, principal material de construção dos barracos, aceleraram a ação do fogo.

Porém, a maior dificuldade da corporação foi evitar explosões. Isso por causa dos botijões de gás (foram retirados 16 pelos bombeiros) e das ligações irregulares de energia elétrica.

Quem sobrevive no local, além de não contar com estrutura de moradia adequada, acabou perdendo tudo. Caso do pedreiro Marcelo Correia, 29 anos, que está desempregado.“Eu morava no último barraco que pegou fogo. Estava jogando dominó na casa do meu pai, que fica aqui ao lado. Só ouvi o barulho e vi a correria”, contou.

Imediatamente os moradores tentaram apagar o fogo, porém os barracos estavam sem água desde a manhã, o que dificultou ainda mais a situação. “A sorte é que ligaram para os bombeiros e eles chegaram rápido. Eu fui até lá e não consegui salvar nada. Mas fiquei com o mais importante, que é a minha vida”, disse emocionado.

Para a doméstica Fabiana Rodrigues, 40, a agonia foi grande por não encontrar o filho, de 7 anos. “Ele tinha saído para brincar e sempre ia na região dos barracos. Eu não o encontrava e me desesperei. Ninguém entende que nós moramos aqui porque realmente não temos outra alternativa. Ou é isso, ou a rua.”

A Defesa Civil de São Paulo compareceu ao local e afirmou que as famílias vão ser inseridas em benefícios como o aluguel social.

Vale recordar que o local já passou por outra tragédia. Em 2012, um deslizamento de terra deixou dois mortos e 11 pessoas soterradas. 




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