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Falta de verba federal trava duas obras no Grande ABC

Em Ribeirão, contrato para revitalizar Vila do Doce é suspenso por 60 dias; Diadema vê fracassar licitação para reurbanização do loteamento Iguassu

Raphael Rocha
21/12/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Duas prefeituras do Grande ABC congelaram obras com recursos do governo federal acusando a gestão de Dilma Rousseff (PT) de não efetivar repasses. Ribeirão Pires, de Saulo Benevides (PMDB), suspendeu contrato vigente para revitalização da Vila do Doce, enquanto Diadema, de Lauro Michels (PV), viu fracassar licitação aberta para admitir empresa responsável pela urbanização do loteamento Iguassu, no bairro Eldorado.

Assinado em novembro de 2013, o acordo para repaginar a Vila do Doce envolve R$ 896,1 mil, sendo R$ 780 mil de aporte federal. Conforme dados da Caixa Econômica Federal, a obra tem de ser entregue em maio, porém a situação preocupa: somente 1,39% dos serviços foi concluído.

Despacho assinado pelo secretário de Obras de Ribeirão, José Carlos Agnello, determinou a suspensão temporária do contrato com a GTC Engenharia Construções e Incorporadora Ltda pela “demora dos repasses financeiros pelo Ministério do Turismo/governo federal até o presente momento”. O convênio ficará congelado até o dia 1º de fevereiro.

A equipe do Diário esteve na Vila do Doce na semana passada e constatou que não há sinal de obras. A remodelagem do local para impulsionar o turismo municipal foi promessa de campanha de Saulo em 2012. Dificilmente será inaugurada em 2016. Procurada, a Prefeitura de Ribeirão Pires não se manifestou sobre o caso.

DIADEMA
A reurbanização do loteamento Iguassu não contou com interessados. Segundo Lauro, “as empresas estão com pé atrás” com a gestão de Dilma. “O dinheiro do governo federal não está existindo. Estão enganando (as prefeituras). Estão cometendo estelionato com os prefeitos deste País. Porque o dinheiro sumiu. Cadê o dinheiro? Precisa resolver de uma forma séria e ver onde que está o dinheiro do Brasil. Acabou o dinheiro dos bancos. É um absurdo o que está acontecendo”, reclamou o chefe do Executivo.

Lauro afirmou que vai republicar o edital e “esperar por um abençoado para fazer a obra”. “Há perseguição política. Com certeza. Não querem deixar a gente trabalhar, os contratos que estão aí, não pagam as empresas, isso é perseguição política, não tem o que falar”, acusou, dizendo que técnicos do governo federal, chefiado pelo PT – principal partido de oposição dele na cidade –, impõem regras mais duras para Diadema do que para municípios onde o prefeito é alinhado com a presidente Dilma.

O governo federal não explicou os motivos dos atrasos nos repasses sobre as duas obras.
(Colaborou Yara Ferraz)




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