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Escritor diz que falar sobre o local onde se vive rende boas histórias
Por João Guimarães
Especial para o Diário
12/08/2007 | 07:10
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Quem nunca se pegou imaginando de onde os escritores tiram suas histórias? Como inventam os personagens, os ambientes? A fonte de inspiração pode estar bem mais perto do que você imagina.

Três vezes ganhador do prêmio Jabuti, com os romances Relatos de um Certo Oriente e Dois Irmãos e Cinzas do Norte, o escritor Milton Hatoum, 55 anos, afirma que a vivência é fundametal para quem quer escrever uma ficção.

Hatoum nasceu em Manaus e seus três livros contam histórias sobre dramas familiares daquela região. “Podem ser lidos por qualquer um”, afirma. “O desafio é transformar um drama local numa questão mais ampla”, sugere.

Segundo Hatoum, escrever sobre a própria cidade é favorável, pois o morador conhece os dois lados do local onde vive, o bom e o ruim. Para ele, literatura não se constrói só com o positivo. “O que dá força à prosa de ficção são as contradições e os defeitos da sociedade.”

O escritor explica que em seu processo criativo a pesquisa entra como uma ferramenta de associação. “Penso na região em que nasci e tento relacionar este lugar com outras partes do Brasil”, diz. “Para escrever cinzas do norte, eu pesquisei sobre a vida dos jovens em Berlim”, revela.

Mesmo morando em São Paulo desde 1991, seu lugar de refúgio para produzir os livros é mesmo o Amazonas. “É para onde viajo todos os dias”, diz. Mas não no real. “Uma viagem imaginária que continua nos sonhos e nos pesadelos.”



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