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Transplantes mudam vida de pacientes
Por Vanessa Fajardo
Do Diário do Grande ABC
06/10/2008 | 07:01
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O transplante representa o fim do drama da espera na fila por um órgão saudável. Em março passado, 770 pessoas da região viviam essa angústia, segundo levantamento feito pela Central de Transplantes do Estado. A maior procura era por um rim (527 pacientes). Na média, os inscritos esperam dois anos e meio pelo procedimento. Muitas vezes o tempo é letal.

Morador de São Bernardo, o diretor comercial Vagner Jimenes, 42 anos, sabia muito bem disso. Tanto que, por meio de uma liminar na Justiça, conseguiu que a mulher, a farmacêutica Eliane Lopes Jimenes, 42, furasse a fila que respeitava uma ordem cronológica e recebesse um fígado novo, em novembro de 2006. A decisão salvou a vida de Eliane e permitiu que o Ministério da Saúde mudasse as regras: a prioridade para os transplantes de fígados passou a ser dos pacientes com maior risco de morte e as cirurgias deixaram de acontecer de acordo com a cronologia.

Quando Eliane Jimenes entrou na fila do órgão havia 635 pessoas na sua frente. Se tivesse de esperar sua vez para receber o transplante, provavelmente não sobreviveria. A farmacêutica desenvolveu uma doença auto-imune chamada cirrose biliar iniciada na gravidez, há 17 anos. Este foi o terceiro transplante pelo qual passou. Antes da última operação, perdeu 100% do fígado, rins e pulmões chegaram a parar de funcionar, sofreu vários edemas cerebrais e entrou em coma. "Deus me ressuscitou, hoje vejo a vida de forma diferente."

Hoje, medicação diária e exames médicos quinzenais fazem parte da rotina de Eliane. E se antes ela mal tinha energia para subir escadas, hoje sente-se fortalecida com aulas de hidroginástica e com a vida que considera normal. "Depois da cirurgia tive de reaprender até as coisas mais simples como andar e escovar os dentes. Não tinha forças nem para levar um copo até a boca." Além da alimentação que restringe fritura e sal, bebida alcoólica também é proibida na vida pós-transplante. Nada que a impeça de ser feliz. "Por pior que seja o problema, é preciso ter fé e esperança. Com o transplante eu tive a chance de viver e sei que outras pessoas também terão."

Professor titular de Nefrologia da Faculdade de Medicina do ABC, Ronaldo Bérgamo, lembra que os transplantes trazem qualidade de vida aos pacientes, porém, o uso dos remédios passa a ser contínuo como controle da rejeição dos órgãos pelo organismo.




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