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Sindicato dos borracheiros começa a articular reajuste
Por Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
13/02/2010 | 07:00
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O Sindicato dos Borracheiros de São Paulo e Região já começou as articulações para a conquista de reajustes salariais para a categoria. Apesar de a data-base para o aumento terminar em 1º de junho, o presidente da entidade, Teresinho Martins, afirma que os trabalhadores vão começar a discutir o assunto em reunião na Praia Grande nos dias 27 e 28.

O pontapé inicial da campanha foi dado em assembleias com funcionários da Firestone, ontem à tarde, e da Pirelli, no começo da semana. "Escolhemos alguns delegados para participar da reunião no litoral. Lá, sentaremos com economistas e advogados para traçar nossas metas, formular a pauta e passar para toda a classe em março", explica Martins. Cerca de 600 funcionários da Firestone participaram da assembleia ontem.

Apesar de as reuniões ainda estarem apenas agendadas, o sindicalista alerta que a intenção é aprovar o reajuste real de 4% no valor salarial. "Qualquer proposta que vier abaixo disso será vetada. Vamos conversar com os delegados e precisaremos da aprovação coletiva, mas nossa principal meta é essa."

Além da correção, os valores de PLR (Participação nos Lucros ou Resultados ) também farão parte da pauta de reivindicações.

Segundo Martins, há cerca de três anos o total recebido não é revisto. "Aqui (na Firestone) recebemos R$ 5.000 e agora queremos alcançar um montante maior. Sabemos que com a crise o valor foi bom, mas temos informações de que empresas do setor automotivo pagaram no ano passado cerca de R$ 9.000. Não queremos valor igual, mas tentaremos melhorar o que recebemos", avalia o sindicalista.

A redução de jornada de trabalho também será discutida pela categoria. O presidente atesta que a Firestone já possui grande parte dos funcionários trabalhando 39,5 horas por semana, mas, segundo o sindicato, também há trabalhadores fazendo 48 horas. "Existem muitos funcionários com contratos de dois anos e mensalistas que trabalham mais e recebem menos do que os que já estão registrados. Queremos resolver essas distorções", pontua Martins.

Genilson Antonio é um dos funcionários da Firestone que aguarda o auxílio do sindicato para reduzir a carga semanal de trabalho. Ele tem jornada de 48 horas e acabou de ser registrado pela empresa. "Entramos com salários muito baixos e não temos os mesmos benefícios que os funcionários. Recebemos apenas pelas horas trabalhadas. Passei para a firma nessa semana, mas fiquei dois anos assim e nem todos são contratados depois desse período", diz.

REUNIÃO - O Sindicato dos Borracheiros de São Paulo e Região representa 7.200 funcionários do setor apenas no Grande ABC. A proposta da entidade é reunir em fevereiro cerca de 400 delegados - funcionários do setor que possam representar colegas - para traçar a pauta de discussões com as prioridades da categoria para este ano. Do total de 400, cerca de 100 sairão do Grande ABC. "Pegamos como delegados aqueles que são mais engajados, que conhecem bem as demandas da classe", explica o presidente.

As propostas aprovadas na reunião na Praia Grande serão apresentadas aos funcionários em 6 de março. "Depois disso, começaremos as rodadas de negociações com as empresas", pontua Martins.




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