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Mendonça de Barros assumirá vice-presidência do PSDB
Por Do Diário do Grande ABC
15/05/1999 | 13:58
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A nova Executiva do PSDB, que tem a incumbência de moldar um outro perfil para o partido, foi fechada às 4 horas da madrugada de sábado, teve o aval do presidente Fernando Henrique Cardoso, uma interferência muito grande do governador Mário Covas e dos ministros paulistas e uma predominância parlamentar. No dia definitivo da convençao nacional, o PSDB demonstrou novamente que é um partido paulista.

O PSDB paulista ganhou diretamente duas vice-presidências (o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros e o deputado Alberto Goldman) e primeira-tesouraria (o senador Pedro Piva), mas apadrinhou outro vice-presidente, o senador Paulo Hartung (ES), o vogal Jutahy Magalhaes Junior (BA), e brigou até o último minuto para emplacar Goldman na secretaria-geral do partido.

Os ministros paulistas José Serra (Saúde) e Paulo Renato (Educaçao) capitanearam as pressoes em favor de Goldman, mas no fim das negociaçoes os dirigentes do PSDB bancaram a decisao da bancada federal, que fechara em torno do deputado Márcio Fortes (RJ). "Se deixasse, Sao Paulo levava tudo", reclamou um dirigente tucano que participou dos entendimentos para a nova Executiva. O peso de Sao Paulo na distribuiçao de poder entre os tucanos chega à liderança do governo na Câmara, ocupada desde o início do ano pelo deputado Arnaldo Madeira (SP).

A participaçao do ex-ministro Mendonça de Barros na Executiva quase foi comprometida pela resistência do baixo clero tucano ao seu nome. Deputados e alguns senadores consideravam que o ex-ministro nao tem nenhuma militância que justifique o partido assumir o desgaste das denúncias contra ele. Na tarde de sexta-feira (14), o presidente Fernando Henrique, o governador Covas, o ministro José Serra e o dirigentes do partido resolveram bancar a indicaçao. Nao houve mais nenhum grito.

Nas articulaçoes para montagem na nova direçao, os caciques tucanos fizeram alguns resgates e distribuíram outros prêmios. A inclusao de Jutahy Júnior como vogal na Executiva foi uma compensaçao tardia a uma luta inglória que o baiano mantém no seu Estado para sobreviver ao estilo truculento do também aliado Antonio Carlos Magalhaes (PFL). O líder pefelista teve todo o apoio do governo federal desde o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso.

A indicaçao a ser anunciada do ex-secretário-geral, deputado Arthur Virgílio (AM), para a liderança do governo no Congresso servirá para também compensar a dedicaçao de Virgílio ao partido. Ele abriu mao de sua candidatura ao governo de Amazonas em favor do governador eleito Amazonino Mendes (PFL) e da paz na base aliada. Virgílio é inimigo histórico de Amazonino mas chegou a subir no palanque eleitoral do pefelista aliado de ACM.

O novo primeiro-secretário, deputado Luiz Carlos Hauly (PR), ganhou um prêmio de consolaçao, porque foi preterido na indicaçao para a liderança do governo no Congresso. Hauly recebeu a oferta como a vaga que deveria ser preenchida pelo Paraná. Ele revela que ainda mantém sua discreta campanha para a liderança, já que ainda nao foi avisado da decisao presidencial.

Uma surpresa na nova Executiva foi a indicaçao do senador José Roberto Arruda (DF) para uma das cinco vice-presidências. Apoiado pelos governadores Marconi Perillo (Goiás) e José Inácio (Espírito Santo), Arruda teve também o apoio da bancada no Senado e o empurrao de uma pesquisa realizada durante a convençao pelo Instituto Teotônio Vilela e o Instituto Brasileiro de Estudos Políticos. Em 270 questionários aos convencionais, sobre os nomes mais influentes na Câmara e no Senado, Arruda foi citado em 220, uma soma maior que o próprio presidente tucano Teotônio Filho.




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