Política Titulo Roubo na SOSP
Em depoimento, dono da mala
roubada desmente Casalinho

Em depoimento ao MP, o proprietário da São José revelou
que ligou 'centenas' de vezes ao secretário de Sto.André

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
09/09/2011 | 07:00
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Em depoimento ontem à 1ª Promotoria Pública de Santo André, o proprietário da Construtora São José, Alberto Jorge Filho, desmentiu o secretário de Obras e Serviços Públicos, Alberto Casalinho. O empresário, que teve a mala roubada no estacionamento do prédio da Sosp, revelou que manteve contato por telefone ‘centenas' de vezes com o titular da Pasta para negociar redução da contrapartida "exagerada" requerida pela Prefeitura e desembaraçar o empreendimento residencial e comercial Jardim Park House, na Avenida Industrial, 780.

Foram aproximadamente três horas de duração da oitiva. Jorge Filho declarou que, no dia do assalto, carregava dentro da mala de R$ 2.500 a R$ 3.000 para despesas pessoais (ventilava-se que havia R$ 70 mil) e um computador portátil com fotos para defesa administrativa diante do secretário, para mostrar que estande não está prostrado e evitar autuação por conta do entulho da demolição. Ele sustentou ser injusto o valor da contrapartida à sua empresa e pedia ao Paço que o custo da obra de alargamento da via fosse dividido entre os empreendimentos das intermediações.

Em entrevista ao Diário na semana passada, Casalinho disse que se encontrou com o empresário em única oportunidade há cerca de três ou quatro meses, antes de receber uma ligação por celular na data do crime. A única desde o contado pessoal anterior, segundo Casalinho. Somente no dia do ocorrido, em 13 de junho, Jorge Filho comentou que ligou duas vezes ao secretário.

Segundo o empresário, a estimativa da contrapartida fica em torno de R$ 1,5 milhão por quilômetro. Isso significa que diante do empreendimento com 1,5 quilômetro custaria R$ 2,250 milhões. Jorge Filho avaliou ser oneroso o gasto tendo em vista que sua obra possui de 50 a 100 metros de frente. De acordo com o construtor, os contatos com o secretário têm sido frequentes para conseguir registro da obra, mas que até agora a Prefeitura não forneceu alvará de construção.

O empresário nega, porém, qualquer pedido de vantagem indevida. Ele comentou que estava tentando levar as fotos da obra a Casalinho e também pegar projeto da contrapartida, quando percebeu que havia sido perseguido e parou no estacionamento Multipark, acreditando que estava seguro. Ele se comprometeu a fornecer dados bancários e de conta telefônica ao Ministério Público.

Para o advogado do empresário, Roberto Delmanto Júnior, todos os questionamentos foram respondidos com transparência. "Comparecemos à audiência conforme combinado e deixamos o caso às claras. Explicitamos que não existe questão de R$ 70 mil (na mala roubada)."

O construtor, por sua vez, defendeu que não teve interesse em fazer boletim de ocorrência por três motivos: burocracia, tempo perdido e receio dos bandidos, já que no lap top tinha dados pessoais.

Jorge Filho confirmou que dia 21 de junho entrou uma Land Rover no estacionamento do prédio da Sosp pertencente a seu sócio, Mauro Silvestre, para pegar o projeto de contrapartida. Em vão, pois não estava pronto. O vereador do PT Tiago Nogueira havia informado sobre a presença suspeita do veículo no estacionamento ao MP.

A Promotoria ressaltou que requisitou cópia do sistema de monitoramento a Casalinho, o qual avisou em entrevista ao Diário que detém uma cópia. O próximo passo será ouvir alguns motoristas da Secretaria de Educação, que presenciaram o roubo, além de recepcionistas.




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