O aquecimento das atividades do setor elétrico forçou o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a refazer o orçamento de R$ 8,4 bilhões, previsto para a área este ano. Somente os pedidos de financiamento ultrapassaram, até agosto, R$ 13,5 bilhões.

Dados que serão divulgados esta semana pelo BNDES mostram que os desembolsos para o setor elétrico até julho somaram R$ 3,7 bilhões, resultado 35,3% superior aos sete primeiros meses de 2007.

Como já era esperado, os projetos de hidrelétricas - sem contar os megaprojetos do Rio Madeira, em Rondônia - foram as maiores fontes recebedoras de empréstimos, respondendo por R$ 1,6 bilhão. Em seguida, figuram os pedidos da área de distribuição, que demandaram R$ 990 milhões.

Apesar dos recursos para a obra da usina de Santo Antonio, no Madeira, estimado em R$ 10 bilhões, o que forçou a revisão do orçamento foram os pedidos de financiamento envolvendo PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) e linhas de transmissão. Estes segmentos receberam, respectivamente, financiamentos até julho de R$ 640 milhões e R$ 225 milhões. "O financiamento a grandes obras já estava projetado, o problema foram os pedidos de financiamento para as PCHs", conclui o diretor de Insumos Básicos e Infra-estrutura do banco, Wagner Bittencourt.