Artigo

O comércio varejista de gêneros alimentícios apresentou no primeiro semestre o pior desempenho dos últimos três anos: 2% de crescimento real, descontada a inflação, em comparação como o mesmo período de 2011. O resultado esconde a perda de lucratividade decorrente da mudança no mix de compras do consumidor. Até então, a expansão da classe C vinha incrementando a venda de produtos menos essenciais - que traduzem melhor margem para o segmento do varejo de alimentos -, mas o aumento da inadimplência modificou o cenário. Por isso, estatísticas e pesquisas setoriais que enfatizam o ‘bom momento' do comércio varejista de alimentos não mostram toda a realidade.

Como de costume, o horizonte para o segundo semestre é favorável para as vendas. Entretanto, preocupam não só o comportamento do consumidor, como a perspectiva, a partir de setembro, do aumento do custo do trabalho, em razão do reajuste anual dos salários da categoria comerciária. A reposição salarial, tendo como ponto de partida a inflação passada, ainda é o pior resquício do tempo inflacionário, já que ‘carrega', como de resto em muitos setores - sobretudo na área de preços públicos - a malfadada indexação. Em conjunturas inflacionárias, a indexação permite corrigir o valor real dos salários e aluguéis e demais preços da economia, reajustando-os pela inflação passada. A indexação ‘automática' acaba funcionando como realimentadora da inflação futura.

Os novos salários terão como ponto de partida o que aconteceu no período de setembro de 2011 a agosto de 2012, quando a evolução do cenário econômico foi na direção inversa, com juros e inflação baixando. A mão de obra terá, por conta disto, impacto muito maior nos custos do que em anos anteriores, recomendando extrema atenção nas definições das próximas negociações.

Paradoxalmente, o trabalho em domingos e feriados, a jornada extensa, o tipo de trabalho e os salários possíveis de serem pagos tornam pouco atraente a ativação de trabalhadores em empresas que comercializam alimentos, produtos de higiene pessoal e de limpeza doméstica, significando altíssimo turn over, prejudicando a qualidade das operações e agravando ainda mais os custos. Com esse horizonte, mas com expectativas de manutenção do consumo, eleições e o otimismo de fim de ano, o segundo semestre não deve alarmar, mas exigirá maior cautela e cuidado do setor do comércio varejista.

Alvaro Furtado é advogado e presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de S.Paulo.

PALAVRA DO LEITOR

Decepção

Na Olimpíada de Londres tivemos ótimas surpresas, como boxe, judô feminino e ginástica. Foi uma pena mesmo, decepção, o futebol masculino, que estava bem cotado para o ouro, mas aconteceu o inesperado, pois nos primeiros três jogos, com o Neymar com grandes e espetaculares atuações, a Seleção venceu. Mas, segundo a imprensa, inclusive este Diário, no último jogo contra o México, um time mais ou menos, a Seleção não conseguiu se impor e perdeu!

Daniel dos Santos, Santo André

Cotas

O problema é a falta de base. Já diziam alguns professores no meu primeiro ano de Engenharia Civil, em 1985, quando algum aluno fazia determinada pergunta. Para espanto de todos também havia a matéria de Língua Portuguesa, que a faculdade adotou para tentar suprir deficiências dos alunos. Passados 25 anos, em 2010, minha filha começou o mesmo curso na mesma Faculdade e, novamente, para meu espanto, soube que agora há no primeiro ano a matéria de Matemática, também para suprir deficiências dos alunos. Pelo visto a coisa ficou pior! Os cursos de graduação estão tendo que desviar o foco de ensino e isso não é nada bom para o País.

Charles França, São Bernardo

Chega!

O eleitor de Santo André, a exemplo do Brasil, não percebe que ‘engorda lobos'. Malsãos que somos. É como se fôssemos sempre lascivamente seduzidos, jogados e mantidos de borco, com nossas veias ocupadas por líquidos ralos, prestes a ser acometidos por embolia. O prefeito Aidan, não bastasse a desastrosa administração, mantém apoiadores que só mamam há décadas, como o casal milionário Zekcer. Todos, ou quase todos, os candidatos rejeitados pelas urnas em pleitos passados, hoje instalados em outras legendas, tentam voltar, como os peemedebistas Sargento Juliano e José Araújo. Não basta mudar só os candidatos, mas também as legendas. Muitas, inclusive, qualificadas até pelo Supremo Tribunal Federal como quadrilhas! Precisamos acordar, pensar e mudar tudo na Câmara!

Paulo Rogério Bolas, Santo André

Lula

Na política brasileira sempre existiram os coronéis e votos de cabresto. Em pleno 2012 nada mudou! Lula pedindo votos para seu filho na eleição em São Bernardo é, no mínimo, ridículo! Antes era ACM e esse ex-presidente criticava. Agora faz o mesmo? Também, esperar o quê de pessoas que se aliam a Maluf e Roberto Jefferson? Certo fizeram Luiza Erundina e Marta Suplicy se afastando da campanha do Haddad. Esta é a política no Brasil. Dá nojo!

Ailton Gomes, Ribeirão Pires

Meu grito

O meu grito ainda há de ser ouvido sobre a necessidade de se voltar as atenções à Educação, tão maltratada e desprezada pelos políticos que ocupam o poder. Quando vejo o País na 54ª colocação entre os demais países, me dá vontade de chorar. Relembrar o patético deboche de Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto presidente, lendo um livro de cabeça para baixo, e vê-lo receber o título de doutor honoris causa pelos alegados serviços(?) que prestou à Educação, me fazem ter certeza que o meu grito não há de ser em vão. E, quando esse dia chegar, espero que os covardes omissos que fecharam olhos e ouvidos a tantos apelos tenham vergonha de se mirar no espelho.

Nei Silveira de Almeida, Belo Horizonte (MG)

Dominado

Decididamente somos um País dominado por ladrões. Acabo de ler que a Anatel vai proibir as operadoras de cobrar por novas chamadas para um mesmo número se a ligação cair. Acontece que a TIM, segundo o Ministério Público do Paraná, derrubava intencionalmente as ligações.

Humberto de Luna Freire Filho, Capital