Ingleses e turistas de diversas partes do mundo se reuniram no último sábado aos pés do Big Ben para celebrar os 150 anos da primeira badalada do relógio, que transformou a torre do Palácio de Westminster, sede do parlamento britânico, num dos pontos mais emblemáticos entre os cartões-postais de Londres.

Para não deixar a data passar em branco, o governo utilizou luzes e recursos hi tech para projetar sobre a torre a frase Feliz aniversário, Big Ben, 150 anos, 1859-2009. Na ocasião, Mike McCann, principal responsável por manter o relógio pontual, destacou que, mesmo passados 150 anos, o Big Ben ainda ocupa um "lugar especial" nos corações dos londrinos e do resto do mundo por ser um "magnífico exemplo da genialidade de engenheiros e construtores".

O carinho dos britânicos, no entanto, nem sempre foi assim. Além das brigas que envolveram a construção da torre entre o arquiteto Charles Barry e o relojoeiro Edmund Becket Denison, que se culpavam mutuamente pelos atrasos e despesas extras da obra, muitos moradores se queixaram na época do barulho. Em cartas enviadas ao jornal Times, alguns chegaram até a reclamar que o som das badaladas não era "imperial" o suficiente para representar as câmaras do parlamento, transferidas para o recém-erguido Palácio de Westminster após a sede antiga ser destruída por um incêndio em 1834.

As comemorações, iniciadas no dia 31, prosseguem até 7 de setembro, quando se completarão 150 anos desde que os sinos começaram a tocar a cada 15 minutos uma passagem do Messias, de Handel. A Grande Campana tocou pela primeira vez em 11 de junho de 1859, menos de duas semanas após a instalação do relógio no alto da torre, em 31 de maio.