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Invasão de casa termina em morte em Diadema
Por Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
14/02/2013 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Um motorista que trabalhava em depósito de material de construção morreu na manhã de ontem após manter família refém durante a madrugada em uma casa na Rua Serra das Vertentes, no bairro Campanário, em Diadema.

Segundo informações da Polícia Militar, Adonias Duarte de Lima, 38 anos, disparou revólver calibre 38 contra a própria cabeça durante as negociações para sua rendição com integrantes do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), por volta das 6h.

Antes, o motorista já havia disparado contra um cachorro usado pela corporação e alguns policiais que tentaram invadir o imóvel. Ninguém foi atingido.

Amigos contaram que Lima sofria de síndrome da perseguição e que ficava bastante transtornado quando consumia bebidas alcoólicas, em virtude dos problemas psicológicos. Na noite de terça-feira, ele bebeu cerveja e uísque durante churrasco feito para comemorar o retorno à casa onde morou há cinco anos, no mesmo bairro. E começou a dizer que uma pessoa estava no portão do imóvel e queria matá-lo.

Um copo (de cerveja) já era suficiente para ele se transformar", disse o seu ex-patrão Jacinto Justino Saraiva, 67. Lima trabalhava há mais de 20 anos no depósito. Todos sabiam de sua instabilidade mental, mas reiteram que ele não tomava remédios nem procurava ajuda.

"Outro dia ele até tentou se abrir comigo, disse que existia uma pessoa que iria matá-lo, mas o desconforto em desabafar era muito grande. Nós desconfiávamos de que tinha algo errado", completou Saraiva.

Poucos sabiam também que o motorista havia comprado o revólver para se defender de quem supostamente o ameaçava. Mas naquela noite ele saiu armado. Entrou na primeira casa em que encontrou o portão aberto pedindo ajuda. E ele próprio ligou para a Polícia Militar pedindo ajuda contra o improvável perseguidor.

Familiares do motorista que foram até o local e os próprios moradores da casa, que foram libertados, tentaram conversar com Lima e pedir sua rendição, em vão. Completamente alterado, segundo testemunhas, o homem não escutou.

O caso foi registrado no 3º DP (Jardim Canhema) da cidade. Viatura do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamada, mas encontrou Lima morto.

Descrito como profissional empenhado, a notícia do ocorrido foi recebida com surpresa e abalo por amigos próximos. "Ele era como se fosse um filho. O que ele queria eu procurava dar. Demorou muito para minha ficha cair", disse o ex-patrão.




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