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Mais duas crianças são agredidas

Irmãos de 4 e 11 anos são as vítimas; padrasto é acusado e preso

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
03/12/2011 | 07:00
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Ribeirão Pires registrou na noite de quarta-feira mais um caso de agressão contra crianças. Os irmãos Renan, 4 anos, e Linda Stefany, 11, foram supostamente agredidos pelo padrasto, o ajudante Luís da Silva, 29. O acusado teve pedido de prisão preventiva decretada quinta-feira à tarde - válido até segunda-feira - e foi indiciado por tortura, ameaça e lesão corporal. Já as crianças, levadas para o abrigo municipal, aguardam decisão da Justiça para saber se voltarão para casa.

O delegado titular de Ribeirão Pires, Marcos Pimenta, aguarda resultado do laudo do Instituto Médico-Legal para dar prosseguimento ao inquérito, mas a probabilidade é de que Luís seja solto na segunda-feira. "Ele não tem antecedentes criminais e também não foi constatada tortura, mas ainda vou analisar isso com calma", comenta.

O garoto apresentou lesões no braço direito e perna esquerda e a irmã, queimaduras de cigarro pelo corpo.

O ajudante cuidava das crianças enquanto a mãe viajava ao Rio de Janeiro. Com medo das ameaças do padrasto, que dizia matá-los caso contassem sobre as agressões com pedaços de pau e mangueira, Linda fugiu com o irmão na quarta-feira. "Eles pularam o muro e saíram correndo pela rua", diz uma vizinha que acolheu as crianças.

Segundo ela, que preferiu não se identificar, ambos estavam muito assustados e se negaram a voltar para casa, com medo do padrasto. O Conselho Tutelar foi acionado anteontem. As crianças foram encaminhadas para o abrigo municipal porque não têm parentes na cidade.

VIZINHANÇA

Os irmãos moravam com a mãe e o padrasto em uma casa simples, no bairro Santa Luzia. "Eles moram aqui há pouco tempo, então não os conhecia direito", diz uma das moradoras da Rua Colorado.

Amigas da escola contam que Linda tinha medo do padrasto e, por isso, nunca as deixava ir na casa dela. Outra vizinha destaca que a garota já havia reclamado sobre as ameaças do padrasto e agressões. "Ele batia durante o dia, quando a mãe estava trabalhando", revela. No bairro, a notícia que corre é de que Luís fugiu do Rio de Janeiro para Ribeirão Pires, por isso, o receio dos moradores em se identificar.

Menino de 2 anos morreu após ser espancado dia 13

Esta é a segunda vez que Ribeirão Pires registra casos de agressão contra menores em menos de um mês. No dia 13, Nicolas Kauã, 2 anos, foi morto após ter choque hemorrágico, motivado por conjunto de agressões. Os suspeitos são a mãe, a dona de casa Alessandra Silva, 22, e o padrasto, o pintor Valdenei Azevedo, 41. Ambos estão presos e foram indiciados por homicídio triplamente qualificado. O laudo do IML apontou, entre outras coisas, que o garoto sofreu hematomas em diversas partes do corpo e perdeu quase dois litros de sangue devido a hemorragia interna.

Em 2008, outro caso chocou a população do município: dois irmãos foram esquartejados pelo pai, João Alexandre Rodrigues, e pela madrasta, Eliane Aparecida Antunes Rodrigues, no Centro Alto. A família morava na Rua Cândido Mota, onde os sacos de lixo com os pedaços dos corpos das crianças foram encontrados por um lixeiro. O casal foi julgado no fim de 2010 e condenado por duplo homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver, além de a madrasta ter sido condenada ainda por estimular as crianças a saírem de casa dias antes do crime.




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