Política Titulo Futuro da Saned
Reali vai postergar criação da Caed
Rapahael Rocha
Do Diário do Grande ABC
03/12/2012 | 07:00
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A criação da Caed (Companhia de Água e Esgoto de Diadema) vai ficar só para 2013 e com risco de sequer sair do papel. O prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), decidiu adiar a implementação da nova empresa, resultado de fusão entre a Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) e a Sabesp, e transferir a decisão ao prefeito eleito, Lauro Michels (PV).

"Não vou assinar acordo para ser questionado ou fazer acordo no apagar das luzes, como aconteceu com o Filippi em 1996", justificou Reali, relembrando imbróglio vivido por seu padrinho político, o deputado federal José de Filippi Júnior (PT).

Há 16 anos, Filippi decidiu criar a Saned sem consenso com a Sabesp. A autarquia estadual contestou judicialmente a medida, o que ocasionou dívida de R$ 685 milhões da Prefeitura com o governo do Estado. A fusão das empresas, ratificada em julho de 2011, amortizaria 75% do passivo e o restante seria quitado em 30 anos.

A documentação para a criação da Caed está pronta, com aprovação da Câmara de Diadema. A negociação com o governo estadual durou meses e terminou com divisão de poderes na nova autarquia: 51% para a administração municipal e 49% para o Executivo paulista.

Reali criticou Michels por não externar seu posicionamento sobre a Caed e transferir reclamações para o governo petista. "Ele diz que vou deixar dívida inaceitável. Mas a dívida da Saned está negociada. Se ele não aceitar o novo desenho e quiser voltar atrás, tem de falar. Precisa ser honesto com a população de Diadema que o elegeu. Não vai querer empurrar o problema."

O prefeito eleito disse que estuda, juntamente com a equipe de transição, qual medida vai adotar sobre a Saned. "A princípio não tem nenhuma ideia de se vender a Saned. Vamos tentar ratificar os 51% para a Prefeitura e os 49% para a Sabesp", avaliou Michels, que afirmou que Reali não liberou a documentação da Saned para a transição. "Ele ficou só na conversa deste assunto por enquanto."

O petista se colocou à disposição de Michels para realização de encontro entre o atual governo, a futura administração e representantes da Sabesp para até reavaliar o acordo firmado em 2011. O prefeito eleito deve esperar reunião com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) para tomar a decisão final sobre a empresa pública.

 

Verde sonda Rosi de Marco para Educação

Ex-secretária de Educação de Ribeirão Pires, Rosi de Marco (PV) está na mira do prefeito eleito de Diadema, Lauro Michels (PV), para comandar o setor em seu governo. Ambos devem se reunir em um famoso restaurante de Ribeirão ainda nesta semana, quando Michels vai oficializar o convite.

O próximo chefe do Executivo diademense se mostrou animado com o trabalho de Rosi na Pasta durante os oito anos de gestão de Clóvis Volpi (PV) em Ribeirão Pires. No último Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), Ribeirão foi a única cidade do Grande ABC a alcançar as metas projetadas do 1º ao 5º ano e do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Com índices de 5,9 do 1º ao 5º ano e de 4,7 do 6º ao 9º ano, Ribeirão ficou na segunda colocação regional nas duas faixas, atrás somente de São Caetano.

Michels chegou a sondar Sônia Costa Pereira para a Pasta. Diretora de uma escola particular de Diadema, ela é mulher do ex-vice-prefeito Romeu da Costa Pereira. O verde disse que Sônia, de 72 anos, recusou o convite, mas afirmou que ela ajudará a desenvolver a política educacional da cidade.

Caso Rosi aceite se tornar secretária de Educação de Diadema, terá como principal desafio equacionar a longa fila de espera em creches municipais. Estima-se que mais de 5.000 crianças pleiteiem vagas no sistema público. A Prefeitura é notificada quase que mensalmente pelo Ministério Público sobre a ausência de vagas nas instituições.

Outro ponto que a ex-secretária de Ribeirão precisará definir será sobre a continuidade do projeto Mais Educação, programa de transferência de recursos federais a municípios que adotam Educação em período integral na rede pública. A proposta foi uma das bandeiras do atual prefeito, Mário Reali (PT).




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