Esportes Titulo Venda de ingressos
Advogado nega participação de Massih em esquema ilegal

Davanzo afirma que empresário de São Bernardo teve apenas negócios lícitos com Fofana

Por Felipe Simões
Do Diário do Grande ABC
15/07/2014 | 07:00
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No dia em que o inglês Raymond Whelan – acusado pela polícia de fornecer ingressos da Copa do Mundo para o suposto esquema ilegal de venda de bilhetes armado pelo franco-argelino Lamine Fofana – se entregou no Rio de Janeiro, o advogado Luís Ricardo Davanzo negou que seu cliente, o empresário e advogado de São Bernardo José Massih, tenha envolvimento ilícito com o africano.

Em escutas autorizadas pela Justiça, a polícia registrou Massih pedindo ingressos a Fofana. Segundo Davanzo, as relações entre o brasileiro e o franco-argelino são apenas profissionais. “Os contatos que ele (Massih) teve com o Fofana foram para levar jogadores do Brasil a outros países. O interesse do José Massih era gerar negócios para levar atletas do Brasil ao Exterior. Ele pagou os devidos negócios, que eram legais e geraram divisas ao nosso País, porque ele recolheu todos os tributos”, afirmou.

Massih e Fofana se conheceram na transação do ex-jogador Denílson para o Al-Nassr, da Arábia Saudita, em 2006, quando o franco-argelino era consultor do clube. Cinco anos depois, o empresário de São Bernardo participou da organização de amistoso entre a seleção da Chechênia e alguns ex-jogadores da Seleção Brasileira, como Cafu, Romário, Bebeto, Roberto Carlos, Dunga, arranjado pela empresa Atlanta Sportif, da qual o franco-argelino é presidente.

No domingo, o Fantástico, da TV Globo, divulgou que o site da Atlanta apontava Massih como advogado da empresa, mas Davanzo negou que tenha prestado algum tipo de serviço para Fofana. “Se fosse funcionário, não estaria a foto dele (Massih) em um estádio de futebol, mas sim usando terno e gravata. Ele nem sabia que a Atlanta tinha site”, afirmou Davanzo.

Mais recentemente, os dois retomaram contato por conta da necessidade de Fofana de obter endereço no Brasil durante o período do Mundial e Massih conseguiu alugar um apartamento que pertence ao ex-zagueiro Júnior Baiano, no Rio de Janeiro. Por conta desta aproximação, Massih solicitou ingressos a Fofana, mas, segundo Davanzo, o pedido não constitui crime.

“Ele (Massih) procurou o Fofana. A Atlanta chegou a comprar oficialmente ingressos pela Fifa. Ele nunca iria imaginar que, como a polícia está dizendo, que (Fofana) é cambista”, afirmou. “Todo mundo que gostaria de assistir a um jogo vai procurar um contato e ele (Fofana) era um”, explicou Davanzo, que revelou a presença de Massih na abertura da Copa do Mundo, no dia 12 de junho, na Arena Corinthians, na Capital.

O empresário de São Bernardo ganhou ingressos em evento promovido por Fofana em um bar no Rio de Janeiro, no dia 17 de junho, no qual jogadores campeões do Mundial de 1970 foram homenageados. Segundo Davanzo, policiais se infiltraram como jornalistas para registrar os movimentos de Fofana, já com as investigações em curso.

Quando a operação Jules Rimet foi deflagrada, no dia 1º, a polícia já sabia que o celular do franco-argelino registrava 900 ligações para “Ray Brazil” – que posteriormente seria revelado como o número brasileiro do inglês Raymond Whelan, da Match, empresa que comercializa bilhetes da Copa do Mundo.

Segundo Davanzo, como Massih havia entrado em contato com Fofana por conta dos ingressos, a polícia também prendeu o empresário no dia 1º, em São Bernardo, que foi solto por colaborar com as investigações e responderá em liberdade. Apesar disso, o advogado nega que seu cliente tenha dito quem era Whelan para a polícia e que só teria visto o inglês na festa do dia 17 do mês passado.

“Os outros que foram presos por força da operação se reservaram ao direito de falar em juízo. Ele (Massih) esclareceu qual é a relação dele com o Fofana, e a polícia considerou que estava colaborando. Indagaram se já tinha visto o Raymond Whelan e disse que sim. Eles (polícia) já tinham o nome do Whelan. Ele simplesmente falou a verdade. E, por isso, sem apontar ninguém, a polícia entendeu como tendo ajudado”, explicou Davanzo.




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