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Mulher pede ajuda para sair de casa

Moradora de Sto.André que pesa 200 quilos precisa fazer exames e cirurgia

Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
17/08/2012 | 07:00
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Com cerca de 200 quilos, a cabeleireira Adriana Batista da Silva, 33 anos, moradora da Vila Guiomar, em Santo André, está praticamente impossibilitada de sair de casa. O transporte é fundamental para que ela dê início ao tratamento de obesidade mórbida, doença que se acentuou nos últimos dois anos, após a perda do irmão e do pai. Representantes da Prefeitura e até de vereadores estiveram na casa dela, mas nada foi feito até agora.

Adriana é cadastrada na UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro e já faltou a pelo menos dez consultas com o endocrinologista por falta de condução. Vizinhos, quando podem, tentam ajudá-la. "Mas, quando chega o dia da consulta, a carona nunca dá certo", explica.

Adriana sonha em fazer cirurgia bariátrica (para redução do estômago). Antes, precisa emagrecer e tratar a depressão e ansiedade que se agravaram com a perda dos parentes. A última avaliação médica foi feita há dois anos, quando soube que estava hipertensa.

As dificuldades enfrentadas no dia a dia são incontáveis. Separada e com cinco filhos, depende da ajuda de vizinhos e amigos da igreja. A filha de 10 anos é quem a ajuda a tomar banho diariamente, já que a cabeleireira consegue ficar, no máximo, três minutos de pé. As pernas e a coluna latejam de dor e a falta de ar é constante. Todo dia, antes de dormir, Adriana faz inalações.

As únicas tarefas domésticas que ainda consegue realizar são lavar roupa e louça, ambas sentada. "Também fazia escova em clientes, mas passei a ter muita dor nos braços." Adriana parou de trabalhar quando se acidentou na íngreme escadaria que dá acesso à sua casa, na Rua Itabaiana. Nas raras vezes que consegue sair, de carona, vai à igreja evangélica ou ao banco. O desafio é esconder o constrangimento. "Tenho preconceito de mim mesma. Acho que todos vão rir de mim."

A moradora apela à Prefeitura para conseguir transporte até a UBS, localizada a poucos minutos de casa. Com os olhos marejados, confessa ter medo de não ver os filhos crescerem. "Quero estar aqui."

A Prefeitura informou que há dez dias um médico esteve na casa da cabeleireira e solicitou a entrega de documentos à Secretaria de Saúde. A família, porém, informou que os papéis já foram apresentados à Pasta. A promessa é que outra equipe visite a paciente nos próximos dias.




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