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STF livra juízes do caso 'Anaconda' de ação penal
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15/12/2004 | 00:13
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Investigado pela Operação Anaconda, da PF (Polícia Federal), o juiz federal Ali Mazloum conseguiu nesta terça-feira livrar-se, no STF (Supremo Tribunal Federal), da ação penal que tramitava contra ele no TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região por suposta formação de quadrilha para venda de decisões judiciais.

O STF também extinguiu a ação penal em que o juiz Casem Mazloum, irmão de Ali, era suspeito de participação em interceptação telefônica clandestina. Por maioria de votos, os ministros concluíram que a denúncia feita pelo MPF (Ministério Público Federal) era inepta. Para convencer os ministros do Supremo, a defesa dos juízes alegou que a denúncia do MPF se baseou apenas em relatórios de transcrição de gravações telefônicas não anexados ao inquérito.

O Órgão Especial do TRF, que nesta terça-feira se reuniu em sessão secreta para dar início ao julgamento de 12 réus (entre eles os irmãos Mazloum), não tinha sido informados da decisão do STF. Nove dos acusados estão presos preventivamente há mais de um ano. Entre eles, o juiz João Carlos da Rocha Mattos, apontado como o líder da suposta quadrilha. Estão também na cadeia os delegados da PF José Augusto Belini e Jorge Luiz Bezerra da Silva (aposentado), o agente da PF César Hermann Rodriguez, os empresários Wagner Rocha e Sérgio Chiamarelli Júnior, os advogados Carlos Alberto da Costa Silva e Affonso Passarelli Filho, além de Norma Regina Emílio Cunha, ex-mulher de Mattos.

Oxigênio – Nesta terça-feira, os primeiros a chegar ao tribunal foram os irmãos Mazloum e o delegado Jorge Luiz Bezerra da Silva, que estava amparado por uma enfermeira e respirava com o auxílio de um tubo de oxigênio.

Os demais réus presos chegaram com uma hora e dez minutos de atraso, pois as três viaturas da PF que os conduzia ficaram retidas no congestionamento da marginal do Tietê, provocado pelo tombamento de um caminhão.

A van que conduzia Rocha Mattos, por ser muito alta, não pôde entrar na garagem do TRF. O juiz desceu à porta e gesticulou para os repórteres, dando a entender que posteriormente queria falar com eles. Estava de terno e gravata e com os cabelos longos. Essa circunstância foi anotada porque pouco antes a advogada de defesa Daniela Pellin garantiu aos jornalistas que o juiz estava sendo tratado como preso comum. Tanto que seus cabelos haviam sido cortados e ele era obrigado a usar o uniforme de presidiário.




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