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Marco Aurélio deixa a seleção feminina de vôlei
Por Do Diário OnLine
29/07/2003 | 00:50
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O técnico Marco Aurélio Motta pediu demissão da seleção brasileira feminina de vôlei na noite desta segunda-feira. A decisão de Motta encerra uma conturbada passagem pelo comando da equipe, que foi eliminada do Grand Prix/2003 na primeira fase. O presidente da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), Ary Graça, convocou entrevista sobre o assunto para a manhã desta terça-feira, no Rio de Janeiro.

Segundo a Rede Globo de Televisão, José Roberto Guimarães, atual técnico do BCN-Osasco, será convidado para assumir a seleção feminina. Zé Roberto ganhou a medalha de ouro com o time masculino nos Jogos Olímpicos de Barcelona/92.

Motta justificou a demissão como um caminho para amenizar a pressão pela qual as meninas passam atualmente. "Acabei de ter uma conversa com o presidente e acho que o meu afastamento nesse momento contribuirá para amenizar as pressões que toda equipe vem sofrendo. A partir de junho de 2002 para cá, o grupo evoluiu. Este ano foi muito positivo, a equipe cresceu ainda mais e foi reconstruída", avaliou Motta, destacando as campanhas das meninas no Mundial de 2002 (eliminação antes da semifinal) e no Montreux Volley Masters (terceiro lugar).

O treinador afirmou que a equipe fez "partidas excelentes" no Grand Prix, embora tenha deixado transparecer que ainda tem problemas. "Depois da derrota para a Coréia, ficou claro que as meninas estão passando por dificuldades. Na hora da decisão, uma nuvem negra volta e bate a insegurança nelas. A pressão em cima das jogadoras é muito grande. Como alguma coisa precisava ser feita, um dos caminhos que encontrei foi o do meu afastamento", explicou.

"Minha saída, de alguma forma, contribui para dar tranqüilidade ao grupo para trabalhar. A carga é muito grande. Neste momento, embora haja outras saídas, minhas convicções pessoais não podem prevalecer. Passamos por muita coisa. Algumas jogadoras saíram no ano passado, a Virna e a Raquel voltaram e contribuíram muito para o grupo. O que posso pensar e fazer depois que vi todos querendo que o projeto desse certo e fazendo tudo para que o caminho traçado fosse seguido? Só posso pensar que é o inconsciente. Na hora da decisão, tudo deu errado. Elas mesmas disseram isso nas entrevistas. Como percebi que estão em dificuldades, e a minha responsabilidade é ajudar, encontrei este caminho, que – repito - não é o único, mas é o necessário neste momento", explicou o ex-técnico da seleção.

"Gostaria de ressaltar a satisfação e o orgulho de ter trabalhado desde o ano passado com esse grupo, que começou a crescer depois da entrada de várias jogadoras para a disputa do Grand Prix e do Mundial e depois com o time montado para esta temporada. Tenho consciência de que crescemos e só erramos naquela partida (que resultou na eliminação da equipe no Grad Prix). Isso demonstra a boa vontade e a intenção das jogadoras e comissão técnica em defender a seleção brasileira. Por isso, agradeço às meninas tudo que fizeram nesse período."

Motta assumiu a seleção feminina com a saída de Bernardo Resende para a equipe masculina. O técnico enfrentou logo de cara uma briga com as jogadoras mais experientes (lideradas por Virna) e foi obrigado a promover uma renovação no time – fato que prejudicou o desempenho do Brasil em várias competições. Mais tarde, Motta se indispôs com Bernardinho e com a experiente jogadora Fernanda Venturini (esposa do técnico da seleção masculina).




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