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Receita investigará vazamento de informaçoes sobre Ciro
Do Diário do Grande ABC
12/10/1999 | 12:02
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O secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, poderá investigar se houve vazamento de informaçoes sobre as declaraçoes do ex-ministro Ciro Gomes.

Hoje, Everardo declarou que o sistema de informática do Fisco contém um dispositivo que registra os acessos a informaçoes fiscais.

E que por isso poderia identificar qualquer funcionário da Receita que, por acaso, pudesse ter acessado as declaraçoes de renda do presidenciável Ciro Gomes (PPS) nos últimos cinco anos.

Everardo se negou a dizer se irá abrir uma sindicância interna para averiguar a possibilidade.

"É o tipo de assunto que trato em sigilo" declara.

Porém deixou claro que está certo de que as informaçoes a respeito do ex-candidato à presidente, publicadas na ediçao de domingo da Folha de S.Paulo, nao saíram da Receita Federal.

"A Secretaria da Receita Federal repele, com indignaçao , as ilaçoes do contribuinte Ciro Gomes a propósito de informaçoes relativas às suas rendas e ao seu patrimônio, divulgadas pela imprensa no último final de semana. A receita nao é a fonte das matérias veiculadas, porquanto confere caráter sigiloso a qualquer informaçao ou procedimento fiscal", diz a nota oficial divulgada nesta terça-feira pela Receita Federal.

Nesta terça-feira, antes de embarcar para os Estados Unidos, para mais um período de estudos na universidade de Harvard, o ex-ministro Ciro Gomes divulgou nota oficial informando que vai pedir esclarecimentos à Receita Federal, e que já passou procuraçao ao seu advogado para "buscar na justiça o reparo à difamaçao", contida em matéria publicada pela Folha de Sao Paulo, em 10 de outubro, denunciando que ele omitiu receitas do fisco.

Ciro esclareceu que "jamais omitiu rendimentos" de sua declaraçao e que os rendimentos recebidos da Fundaçao Ford nao eram tributáveis .

Alegou que, ao longo do ano de 1995, recebeu R$ 2 mil por mês, de uma bolsa de estudos da Fundaçao Ford.

"Como recebi o dinheiro de uma fundaçao norte-americana, em território norte-americano, entendeu meu contador que este nao era rendimento a ser declarado no Brasil", acrescentou Ciro.

Segundo ele, "por ser bolsa de estudos nao houve imposto devido nem recolhido".

Ciro negou ainda ter recebido "qualquer dinheiro em espécie" para fazer um trabalho de engenharia financeira e planejamento estratégico para o Beach Park, complexo turístico em Fortaleza (CE).

O ex-ministro explicou que, através de acerto, seus honorários se somariam como um crédito junto à empresa até atingirem o valor de um carro Audi A-6 que passou a usar com o status de diretor de planejamento estratégico do parque.

"O carro ainda pertence ao Beach Park embora meu crédito esteja próximo de se implementar", acrescentou Ciro.

Só quando for consumado o valor do trabalho, é que o carro será passado para o seu nome, e entao declarado como variaçao patrimonial.

"Esta é uma operaçao legal, em nada lesa os regulamentos pertinentes e em nada fere a ética de um acerto privado legítimo derivado do meu trabalho", justificou Ciro Gomes.




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