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Montadoras propõem ‘F-1 comunista’
Flavio Gomes
Especial para o Diário
17/02/2005 | 13:34
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O grupo de montadoras que formou a GPWC (Grand Prix World Championship) resolveu bater de frente de novo com as entidades que controlam a Fórmula 1 e com a Ferrari, equipe “legalista” que já garantiu sua permanência na categoria, nos moldes políticos e comerciais de quinta-feira, até 2012, em decisão unilateral.

BMW (Williams), Mercedes (McLaren) e Renault decidiram partir para o ataque depois de baixas importantes desde o final do ano passado. Primeiro foi a Ford que deixou o grupo, ao desistir da F-1; depois a Ferrari, que debandou para o lado da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e da FOM (Formula One Management), a holding de Bernie Ecclestone que tem a chave do cofre e prometeu remunerar o time de Maranello com maior generosidade daqui para a frente.

A estratégia das três sobreviventes foi cooptar Honda (BAR) e Toyota, primeiro, e depois acenar com uma doutrina “comunista” para as independentes Red Bull, Jordan e Sauber. As montadoras japonesas, formalmente, não fazem parte da GPWC, mas têm participado de suas últimas reuniões e assinam em conjunto seus comunicados.

A Minardi, coitada, está por enquanto excluída dos dois grupos: o “legalista”, que só tem a Ferrari, e o “comunista”, formado pelas demais - embora tenha enviado representante ao encontro de quarta-feira em Cliveden, perto de Londres. Dele emergiu mais um libelo pela igualdade, fraternidade e prosperidade da F-1, ou seja lá como vai se chamar a categoria a partir de 2008, quando deixa de vigorar o atual Pacto da Concórdia – um contrato que rege as relações esportivas e comerciais entre equipes, FIA e Ecclestone.

São sete itens que falam em estabelecer “novos padrões de relacionamento para a participação nas corridas de Grand Prix depois de 2007”, sem mencionar a marca “F-1”. Clama pelo respeito integral às diretrizes de um documento emitido em 26 de janeiro, batizado de “Governing Principles”, algo como “Princípios Gerais”, que versa sobre transparência na administração esportiva e comercial, divisão igualitária de recursos, maior distribuição de receitas, melhorias nas transmissões de TV, incentivo à criação de novas equipes independentes, venda de motores a preços módicos, redução de custos, preservação de certos aspectos tecnológicos etc.

A novidade de quarta-feira foi a apresentação de um estudo encomendado pela GPWC à empresa International Sport and Entertainment (iSe) que mostra por A + B que as equipes podem ganhar muito mais dinheiro livres das garras de Ecclestone e do tacão da Ferrari – que pela popularidade e força inquestionáveis tem mais vantagens financeiras que todas as outras no atual estágio de gestão da F-1. A partir desse estudo que as “independentes” foram chamadas a participar. Estas se comprometeram a responder formalmente ao convite após “consultas internas”.

E também o item 6 do documento emitido quarta-feira surge como arma retórica, ao pregar que, a partir de 2008, “as partes concordam que todas as equipes serão convidadas a se juntar à GPWC sob condições iguais”. É o apelo “comunista” que pretende enfraquecer o acordo assinado entre Ferrari, FOM e FIA, claramente favorável ao time italiano.



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