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Para promotor, PC pode ter sido vítima de pistolagem
Do Diário do Grande ABC
23/06/1999 | 00:06
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O promotor de justiça Luiz Vasconcelos, que vem acompanhando as investigaçoes sobre as mortes de Paulo César Farias e Suzana Marcolino há mais de um ano, disse nesta terça-feira que PC pode ter sido vítima da pistolagem -ou seja, crime sob encomenda. Esta quarta-feira (23) faz três anos que o ex-tesoureiro do ex-presidente Fernando Collor foi encontrado morto ao lado na namorada, em sua casa de praia, em Guaxuma, litoral norte de Maceió.

"Se o motivo nao foi emocional, com certeza foi premeditado e como tal só pode ter sido pistolagem", declarou o promotor, que deverá decidir o destino do caso até o final de agosto. "Tenho três caminhos a seguir: ou ofereço denúncia contra os suspeitos, ou peço o arquivamento do inquérito, ou solicito novas diligências", explicou Vasconcelos.

Vasconcelos lamenta a sucessao de erros cometidos pela polícia alagoana no início das investigaçoes e as falhas do primeiro laudo sobre o caso, assinado pelo médico legista Fortunato Badan Palhares. "Nossa missao agora é corrigir tudo isso e mostrar para a sociedade a verdade dos fatos", disse o promotor.

Até o final do mês, Vasconcelos estará recebendo um parecer técnico de especialistas presentes ao debate entre as duas equipes de peritos que assinaram laudos conflitantes sobre o caso. Durante o debate realizado quinta-feira em Maceió, Palhares voltou a defender a tese de crime passional, dizendo que Suzana matou PC e depois se suicidou. Essa tese foi derrubada pela equipe do médico legista Daniel Munhoz, da Universidade de Sao Paulo. Para ele, houve um duplo assassinato.

O juiz que está a frente do caso, Alberto Jorge Correia de Lima, reconheceu que houve falha no laudo de Palhares e disse que o debate serviu para reforçar a tese de duplo homicídio. "Se fosse crime passional o caso já estava encerrado e o processo arquivado", disse Lima. Para ele, agora o Ministério Público dispoe de elementos suficientes para dar início ao processo criminal, o que nao impede a continuidade das investigaçoes visando encontrar o motivo e o mandante do crime.

Para os delegados Antonio Carlos Lessa e Alcides Andrade, que assumiram o comando das investigaçoes sobre o caso em meados de abril, a versao de crime passional está descartada. "Estamos convencidos de que houve um duplo homicídio, mas precisamos provar essa tese", afirmou Andrade. Segundo ele, caso nao seja possível identificar o responsável pelos tiros, os quatro seguranças que estavam na casa de PC no dia do crime serao indiciados como co-autores do duplo assassinato.

Caso isto ocorra, os PMs Adeildo Costa dos Santos, Reinaldo Correia de Lima Filho, José Geraldo da Silva e Josemar Faustino dos Santos terao que responder na Justiça pelo assassinato do patrao e de Suzana.

Os quatro Pms tiveram prisao temporária decretada pelo juiz Lima, mas foram colocados em liberdade por ordem do presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador Orlando Cavalcante Manso.




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