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Mulher tenta provar que filho foi executado em Sto.André
Adriana Ferraz
Do Diário do Grande ABC
29/10/2008 | 07:01
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Há cinco meses, Pascoalina Cristina Ribeiro de Moura passa os dias buscando provas que convençam a Justiça e as próprias polícias Militar e Civil de que o filho Leandro Oslindo Ribeiro de Moura foi executado em Santo André, pelas costas, no último feriado de Corpus Christi, quando tinha 21 anos. A maior dificuldade está no fato de que a mãe garante que o autor dos disparos é policial e teria cometido o crime por vingança.

Aos 16 anos, o rapaz participou de um assalto a um supermercado na divisa com a Capital. Na ação, um policial foi morto. Leandro foi preso e levado à Fundação Casa (antiga Febem), onde cumpriu pena por dois anos e meio. Na saída, já maior de idade, voltou a estudar e trabalhava como serralheiro. "Ele seguiu a vida e não se envolveu mais em confusão, até que foi reconhecido em uma batida policial", conta Pascoalina.

"Foi no começo de maio. Ele estava em uma praça do bairro (Santa Terezinha) com alguns amigos. Chegou um carro com policiais à paisana e eles mandaram os meninos colocarem as mãos na cabeça e, depois, todos foram levados para o 2º DP de Santo André. Lá, um deles falou para o Leandro: ‘é moleque, você só cresceu, mas é aquele menino da ocorrência da morte do policial'. No dia seguinte, ele já não podia sair na rua que apanhava."

A versão da família é de que as agressões seguiram durante todo o mês, até o dia 22. "Era feriado. Ele saiu da casa da avó com um amigo. Depois de caminhar por umas três quadras, um homem apareceu e mandou o amigo correr. O Leandro não pôde fugir, foi atingido pelas costas por diversos tiros, a maioria na cabeça."

Testemunhas disseram que o atirador usava um touca do tipo ninja no rosto, em que só se pode ver os olhos da pessoa. Depois de matar o rapaz, ele teria continuado a andar pelo bairro até entrar em um carro que o esperava. "As pessoas que viram contaram que ele falava em uma espécie de rádio. Não correu em nenhum momento. Logo depois, três viaturas chegaram e recolheram o corpo, chutando a perna e o chamando de verme. Se fosse qualquer pessoa, por que tratariam dessa maneira. Aquilo não foi um socorro."

Desde então, Pascoalina Cristina batalha para colocar os culpados na cadeia. "Meu filho já tinha pago pelo erro dele. Era um menino livre, que foi morto pela polícia. Minha vida agora é provar isso."




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