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‘Jair Bolsonaro veio para fazer a diferença no País’
Da Redação
30/05/2022 | 07:00
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Divulgação/Marcos Alcantara


Jair Bolsonaro (PL) tem conseguido atravessar a crise e avançar nas questões econômicas do País. Conseguiu garantir vacinas, auxílio financeiro e políticas de manutenção de empregos. O resultado está na popularidade do presidente e no amplo apoio na Câmara e no Senado. A análise é do deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP), um dos mais influentes integrantes da base do governo. Em entrevista exclusiva ao Diário, o parlamentar, que é pastor da Assembleia de Deus Ministério Madureira, conta de sua participação na campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo do Estado e fala, entre outros temas, da atuação da Frente Parlamentar Evangélica, bloco que presidiu em 2021, na indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal.

Deputado, como o sr. avalia o governo Jair Bolsonaro?
O governo Bolsonaro veio para fazer a diferença no Brasil. Nós temos um País muito burocrático e ele veio de forma diferente, mudando todo o cenário político que existia, governando de forma diferente e, obviamente, foi muito criticado por isso. Mas hoje conseguimos ver o resultado do que está dando certo. Bolsonaro tem uma popularidade muito grande e uma base forte na Câmara e no Senado. A avaliação que eu faço é que é um governo que pegou um momento difícil e se fosse um outro presidente não teria conseguido atravessar todas essas crises.

Que acertos o sr. mais destaca na administração de Jair Bolsonaro?
O Brasil, em termos de economia, está melhor que os Estados Unidos. E quando começou a pandemia o presidente disse que o nosso problema seria a inflação. Por isso, foi necessário um cuidado diferente com relação ao emprego. Com todas as dificuldades, ele acertou bem na questão da economia. Foi o país que mais comprou vacinas, que mais deu auxílio financeiro para a população e ele acertou tanto que isso se reflete na popularidade.

E qual erro o sr. citaria?
O erro do presidente Bolsonaro, que acabou sendo uma virtude, foi no início ter brigado muito com o Parlamento. Tivemos um presidente da Câmara (Rodrigo Maia) que acabou atrapalhando, porque montou-se um grupo para tentar derrubar o governo. Bolsonaro começou pensando muito na técnica e menos na política. E a política é importante. E hoje ele tem muitos acertos nas indicações, como o ex-ministro Tarcísio de Freitas, um homem trabalhador. Também acertou na indicação de André Mendonça para o STF (Supremo Tribunal Federal). E ainda repassou muito dinheiro aos Estados e municípios para cuidar da saúde da população.

Qual sua avaliação sobre a postura de alguns governadores à época, como João Doria (PSDB), que adotou medidas mais rígidas de combate à Covid-19?
Para mim, o senhor João Doria é uma vergonha da política brasileira. Quando foi candidato a prefeito de São Paulo (em 2016), ajudamos a elegê-lo. Logo depois, já se mostrou um traidor, traindo a gente e seu criador, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). Ele quis governar São Paulo como a casa dele, mandando e sendo um ditador. Ele descumpriu a Constituição várias vezes, comprou brigas desnecessárias e se apoderou do tema vacina para poder ficar mais popular, tentando enganar o povo mais uma vez. Tanto é que teve que desistir da candidatura à Presidência porque ele é ruim demais. O Doria conseguiu chegar a pré-candidato forçando a barra no partido. E depois foi forçado a sair. Ele foi muito ruim para São Paulo e para o Brasil. Não dá para elogiar um governador como esse. O presidente Bolsonaro preocupou-se em aumentar o auxílio, passando de R$ 160 para R$ 400. Hoje o brasileiro tem comida na mesa.

Seu partido, o PSD, terá candidato a governador de São Paulo, mas o sr. apoiará Tarcisio de Freitas. Como foi essa construção?
Primeiro, reafirmo meu grande respeito ao presidente Gilberto Kassab, que é uma figura muito importante na política nacional. Ele entendeu o momento. O PSD tem uma bancada diversificada, mas 80% hoje estão ligados à base de Bolsonaro, tanto é que o PSD vota com o governo, mesmo sem ter cargos. No caso de São Paulo, há outros nomes importantes com o Tarcísio, como Eleuses Paiva, Guilherme Afif Domingos e o próprio advogado do PSD, além da minha participação na coordenação da campanha. Isso mostra uma sinalização importante para um candidato que vai ganhar a eleição em São Paulo. Há 30 anos que é necessário virar a chave.

Como será polarizada, na avaliação do sr., a disputa estadual?
A eleição está entre Rodrigo Garcia (PSDB), muito ligado a João Doria, Fernando Haddad (PT), em um partido que não tem histórico de vitória em São Paulo, e o Tarcísio, que recebe a transferência de votos da popularidade de Bolsonaro em São Paulo e mais a porcentagem que ele já tem. Mesmo a máquina estadual com muito recursos, a população tem consciência que precisa de mudança.

E na disputa presidencial, está consolidada a disputa entre Bolsonaro e Lula?
Está consolidada. Não existe a terceira via. O grande problema de algumas pessoas é achar que o povo brasileiro é bobo. Basta olhar a rejeição de Doria. Ninguém aceita mais qualquer coisa. O povo quer quem enfrenta, quem faz, quem provoca mudança. Será o bem contra o mal nessa eleição.

Como o sr. viu a ida de Geraldo Alckmin para a chapa de Lula?
Ele sempre foi um grande político, mas infelizmente entrou nessa linha do tudo ou nada. Tenho respeito por ele, fui deputado estadual na sua base de apoio, vice-líder de governo, um grande governador e se fosse candidato ao governo poderia ser eleito. Alckmin é muito dedicado, mas essa aliança foi ruim para o Brasil, porque PSDB e PT, que sempre brigaram, hoje se unem porque estão fracos, para tentar lutar contra o bem.

Como o sr. tem enxergado os constantes embates entre o presidente e ministros do Supremo, principalmente Alexandre de Moraes?
O presidente tem cumprido a Constituição e não tem dificuldade nenhuma em recuar quando é necessário. Acredito que esse enfrentamento, de alguma forma, acabou sendo importante para a população entender algumas questões, mas creio que está pacificado, porque onde a maioria quer paz não há guerra.

Qual sua avaliação sobre o episódio envolvendo o deputado federal Daniel Silveira? A graça concedida pelo presidente é o que deve prevalecer?
A Constituição deve ser seguida. Se você quer uma mudança na Constituição, precisa formar uma nova constituinte, que não são os atuais deputados. O presidente Bolsonaro agiu de forma constitucional e isso deve ser respeitado. Independentemente dos excessos do Daniel Silveira, a Justiça fez o que deveria, a Câmara fez o que deveria e o presidente também. Todos os presidentes que passaram assinaram algum tipo de indulto, seja A ou B. O indulto é algo de livre e espontânea vontade do presidente da República, seja quem estiver no cargo.

O sr. presidiu, no ano passado, a Frente Parlamentar Evangélica. Como esse bloco vem atuando no Congresso?
Hoje são 116 deputados federais e 14 senadores. É uma força conservadora muito grande, que tem dado base ao presidente Jair Bolsonaro. O que a frente se coloca contra na Câmara não se vota. Isso já foi entendido há muito tempo. E uma das forças para consolidar a nomeação de André Mendonça foi a da Frente Parlamentar Evangélica. A minha passagem pela frente foi de muito trabalho e enfrentamos muitas barreiras. Estive todo o tempo em Brasília para ajudar a trabalhar essa indicação e mostramos muita força.

E como hoje o sr. vê a atuação do ministro André Mendonça?
Uma atuação serena. Na questão do deputado Daniel Silveira, foi o voto mais coerente. Ele é uma pessoa centrada, que está mostrando a que veio. É um ministro garantista, que tem assegurado o direito das pessoas. Mas também não aceita que as pessoas ultrapassem seus limites. O ministro André Mendonça está prestando um grande serviço ao Brasil no Supremo Tribunal Federal, sem se preocupar com popularidade e sim em garantir o que é correto para cumprir a Constituição.

Recentemente, o ex-presidente Lula falou sobre a questão do aborto e causou polêmica. O sr. acha que esse tema estará presente na campanha deste ano?
Sempre está presente. O tema aborto é algo que nós não aceitamos e a maioria esmagadora da população brasileira também não. Só quem tem direito de tirar a vida é Deus. Esse assunto nunca será aceito por nós e nunca irá avançar no Congresso Nacional. O presidente Jair Bolsonaro é contra e a nossa base também é contra.

O que o sr. pensa sobre o projeto das fake news, relatado pelo deputado federal Orlando Silva?
Orlando Silva é um grande deputado, um amigo e tem o meu respeito. Hoje há falta de regulamentação em algumas questões. A internet é um mundo sem fim, sem regras. As pessoas precisam ser responsabilizadas por suas publicações. Não dá para acabar com a vida de alguém com um clique. Tem de haver um mecanismo mais claro por parte das operadoras para saber quem publicou. Não acho que tenha que regular a mídia, e sim regular o setor para ter responsabilidade. É importante garantir liberdade de expressão, mas isso não significa desrespeitar as pessoas.

Como é sua atuação parlamentar em relação aos municípios do Grande ABC?
Meu mandato sempre esteve em prol do Grande ABC. Tenho trabalhado muito para os municípios da região. Nós sempre olhamos para o Grande ABC, que sempre foi uma potência no emprego, na indústria automobilística, fábricas, e hoje a gente vê com tristeza muitos lugares fechados, muito desemprego. O Grande ABC faz parte da riqueza do Estado de São Paulo e precisa voltar a ser o que era.

RAIO X

Nome: Antônio Cezar Correia Freire
Idade: 48 anos
Local de nascimento: nasceu em Ipiabú (BA) e mora em São Paulo
Formação: Jornalismo
Local predileto: minha casa
Livro que recomenda: A Arte da Guerra, de Sun Tzu
Personalidade que marcou sua vida: bispo Samuel Ferreira, líder da igreja Assembleia de Deus
Onde trabalha: Câmara dos Deputados
 




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