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Empregados da Trorion vão fazer passeata em Diadema
Por Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
18/07/2006 | 07:26
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Os empregados da fabricante de colchões Trorion e o Sindicato dos Químicos da ABC vão fazer nesta terça-feira pela manhã uma passeata pelas ruas de Diadema com destino à prefeitura para protestar contra o atraso no pagamento dos salários, que soma 13 dias. Segunda-feira, a maioria dos funcionários paralisou a produção da empresa e realizou manifestações por causa da falta de pagamentos. A Trorion tem cerca de 190 trabalhadores.

Segundo o diretor do sindicato, Pasquale Musciacchio, a greve na fábrica deverá prosseguir até que a empresa pague seus funcionários. “Dentro da lei, a partir do dia 10, a Trorion tem de pagar 4% de multa sobre os salários por dia de atraso”, conta.

A idéia de ir à prefeitura ocorreu porque os trabalhadores esperam a intervenção das autoridades locais nas negociações com a empresa. O sindicalista afirma que procurou a Trorion segunda-feira para tratar do atraso nos pagamentos, mas ninguém o recebeu. “A empresa está agindo erradamente. Estamos tentando o melhor caminho, o da conversa. O que os trabalhadores estão reivindicando neste momento é o pagamento do salário em dia. Porque há muito mais coisas erradas e atrasadas”, afirma.

Alguns funcionários reclamam que, nos meses anteriores, o pagamento também não saiu em dia e que eles receberam o salário aos poucos. Para garantir o dinheiro, alguns venderam colchões, que depois eram descontados em folha. “Não é fácil vender colchão. Mas é assim que garanti o dinheiro das minhas férias”, conta um empregado que preferiu não se identificar.

O sindicato também afirma que alguns trabalhadores foram ameaçados por telefone de demissão em caso de adesão ao movimento. Eles contaram que estão com medo de perder o emprego e não receber os direitos trabalhistas, pois a empresa não tem depositado o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e o INSS (Instituto Nacional da Seguridade Social).

Empresa – A Trorion confirma o atraso no pagamento dos salários e explica que passa por um momento de dificuldade. “Não conseguimos honrar com alguns compromissos. Essa crise se dá pela difícil conjuntura econômica que enfrentamos, assim como outras empresas químicas”, explica Newton Miranda Filho, gerente de Recursos Humanos da companhia.

Segundo Miranda, desde que o câmbio começou a oscilar a Trorion passa por dificuldade financeira, pois a matéria-prima dos colchões é importada. “Quase quebramos com a última alta do dólar, assim como outras empresas que trabalham como nós. O faturamento caiu bastante e estamos nos recuperando, mas lentamente”, diz.

Porém, o diretor explica que a história de a empresa ter duas firmas abertas – informação fornecida pelos funcionários – não procede, pois “a Trorion é uma sociedade anônima de capital aberto e presta esclarecimentos sobre suas contas”. Miranda também afirma que a companhia foi surpreendida pela ação do sindicato e que não foi procurada com uma pauta de negociações.




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