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Das cinco mais reclamadas, três empresas são de telecom

Terceira com mais queixas, Vivo deixa viação de Santo André sem telefone nem internet

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
11/02/2021 | 00:07
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Entre as cinco empresas com o maior número de reclamações nos procons do Grande ABC em 2020, três delas são do setor de telecomunicações. O cenário ilustra a maior demanda pelos serviços, desde o começo da pandemia da Covid-19, com a aplicação do home office e do ensino a distância. Juntas, as três empresas (Claro, Vivo e Tim) somam 2.367 reclamações, uma média de seis por dia.

As informações são disponibilizadas pelo Sindec (Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e foram tabulados pelo Diário.

Mesmo neste ano, o cenário não parece ser diferente. A Viação Guaianazes, empresa sediada em Santo André, já registrou três problemas com telefone e internet em um mês e meio com a Vivo. A prestadora de serviços é a terceira colocada no ranking de empresas com mais reclamações da região (841). Conforme relatou ontem o responsável pelo departamento de TI (Tecnologia da Informação) da companhia, Jarbas Oliveira Silva, a empresa ficou sem conexão por 24 horas.

“Isso gera impacto na coleta dos carros, já que precisamos de internet para enviar informações, como arrecadação do dia, para o servidor. Hoje, praticamente 100% da operação precisa de internet, isso sem falar que prejudica outros setores, como RH (Recursos Humanos), manutenção e financeiro”, disse.

Para Silva, o principal problema é o atendimento da Vivo, que em outra ocorrência já deixou a desejar. “O telefone parou de funcionar e agendamos uma visita com o técnico no dia 3, só que a empresa simplesmente mudou para o dia 6. Tive que vir em um sábado aqui para atender o técnico e para o telefone voltar funcionar porque senão, sabe-se lá quando isso iria acontecer. A informação que eu tive é que, por conta da pandemia, eles estão com menos pessoas para fazer o serviço”, contou.

O advogado especialista em defesa do consumidor Jairo Guimarães afirmou, porém, que a pandemia não deve ser usada como justificativa. “Para essa questão de atendimento, o prazo de resolução precisa ser realizado em questão de horas e não pode ser maior do que 24 horas. O serviço de internet envolve o estudo e o trabalho das pessoas. Se por um lado a Covid diminuiu a demanda para muitos setores da economia, para o de telecomunicações aumentou. Se a oferta cresceu, não tem sentido alegarem falta de pessoas, porque a demanda é maior”, disse Guimarães.

Segundo ele, a empresa ou o consumidor podem entrar na Justiça pedindo uma ação de reparação por dano moral e desvio produtivo, após reclamar canais da empresa. Questionada, a Vivo não se posicionou sobre o assunto até o fechamento desta edição.


Demais empresas afirmam que atuam na redução dos números

As demais empresas citadas no ranking da região destacaram como prioridade a satisfação dos clientes e o investimento nestes canais.

A Enel, distribuidora de energia elétrica do Estado, foi a companhia com o maior número de queixas na região em 2020: 2.789. Procurada, a companhia afirmou que desde a retomada do serviço de leitura pelos profissionais da companhia, em junho do ano passado – suspensa anteriormente por causa do início da pandemia, quando o valor da conta de luz era calculado pela média de consumo –, o número de reclamações ingressadas no Procon vem caindo mês a mês. De acordo com a empresa, no Grande ABC, a quantidade de reclamações teve queda de 63% na comparação entre setembro e dezembro de 2020.

A Tim informou que tem a satisfação dos clientes como prioridade estratégica e que trabalha constantemente para reduzir número de queixas recebidas no Grande ABC (648) e aprimorar mais a qualidade dos serviços e do atendimento prestado.

A Casas Bahia (716) esclareceu que o atendimento ao consumidor é prioridade em sua estratégia, e por isso seguirá aportando investimentos, especialmente, no relacionamento com os clientes e na transformação tecnológica de sistemas e plataformas de atendimento. A Claro (878) não se posicionou.
 




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