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Festas de fim de ano elevam em 31% mortes por Covid

Casos tiveram alta de 21% nos últimos 14 dias no Grande ABC; ocupação dos leitos de UTI chega a 85% em Mauá

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
15/01/2021 | 00:01
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Nario Barbosa/18/10/2019


As mortes causadas pelo novo coronavírus no Grande ABC aumentaram 30,9% nos últimos 14 dias em comparação ao período imediatamente anterior. Entre os dias 18 e 31 de dezembro foram 162 falecimentos (média de 12 por dia), enquanto de 1º de janeiro até ontem foram 212 óbitos (15 a cada 24 horas). No mesmo período, os diagnósticos cresceram 21,3%, de 5.215 (372 diariamente) para 6.328 (média de 452 por dia). Os dados são dos boletins divulgados pelas prefeituras e serão avaliados hoje pelo Estado na reclassificação do Plano São Paulo, que pode reconduzir a região à fase laranja, mais restritiva.

Conforme o Diário tem publicado, o acréscimo está relacionado aos descuidos nas festas de fim de ano. Ao mesmo tempo que ontem completou 14 dias do Réveillon, período em que determinado evento pode refletir no aumento de casos de Covid-19, segundo especialistas, já se passaram 21 dias do Natal, assim, as primeiras mortes de quem se infectou na ocasião começam a ser confirmadas.

De um lado estão os jovens que voltaram a se aglomerar em bares e restaurantes com amigos e familiares, como observa o infectologista e diretor do Hospital Santa Clara Paulo Rezende. Do outro, estão idosos que estão isolados desde o início da pandemia, em março, e se encontraram justamente com os familiares mais jovens para comemorar as festas de fim de ano e acabaram se infectando, indica José Branco Filho, infectologista do grupo Leforte e da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente).

O índice de transmissão também preocupa na região. Isso porque, atualmente, está em 1,53, ou seja, cada 100 pessoas infectadas podem contaminar outros 153 indivíduos. Inclusive, projeção da SP Covid Info Tracker, plataforma de monitoramento da pandemia gerida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria), indica que a taxa seguirá crescendo nos próximos dias, podendo chegar a 2,24 na quarta-feira.

Não à toa, nos últimos 14 dias as internações na região aumentaram 18%, indo de 1.150 para 1.352 hospitalizações. Chama atenção o fato de a cidade de Mauá estar com 85% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados no Hospital Nardini, único equipamento público no município para internação de pacientes com Covid.

À época do fechamento do Hospital de Campanha, a administração do então prefeito Atila Jacomussi (PSB) garantiu que a cidade estava amparada com vagas no Nardini e leitos, entre retaguarda e UTI, nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e UBSs (Unidades Básicas de Saúde). No entanto, ontem, a Prefeitura, agora chefiada por Marcelo Oliveira (PT), afirmou que, ao assumir, “não foi encontrado nenhum leito de enfermaria ou retaguarda de UTI nas UPAs”, já que as vagas nestes equipamentos são destinadas a observação e curta permanência dos pacientes. O Diário não conseguiu contato com o ex-prefeito Atila Jacomussi.

Nas demais cidades da região, a ocupação da UTI é de 69,5% em Santo André, 67% em São Bernardo, 48,5% em São Caetano e 15% em Diadema. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não contam com unidades de terapia intensiva.

Região registra 3.692 óbitos e 105.491 casos

O Grande ABC possui 3.692 óbitos pelo coronavírus. Do total, 24 foram confirmados ontem, sendo 11 em Santo André, seis em São Bernardo, três em Mauá, dois em São Caetano e dois em Diadema. Nesta semana, 120 falecimentos foram adicionados.

Em relação aos novos casos, as sete cidades computam 105.491, dos quais 303 foram adicionados nas últimas 24 horas. Entre os pacientes infectados, 86.568 estão recuperados. Outros 112.788 indivíduos aguardam diagnóstico.

Santo André tem 31.350 positivos e 901 mortes, São Bernardo registra 40.536 casos e 1.271 vítimas fatais, São Caetano possui 6.540 infectados e 333 falecimentos, Diadema contabiliza 13.728 confirmações e 589 vidas ceifadas, Mauá soma 9.026 diagnósticos e 449 óbitos, Ribeirão Pires totaliza 3.415 contaminações e 120 mortes e Rio Grande da Serra tem 896 ocorrências e 29 perdas.

No Estado de São Paulo, 13.713 diagnósticos foram confirmados ontem, chegando a 1.590.829 pessoas infectadas pelo coronavírus. Mais 304 vidas foram ceifadas pelo vírus, totalizando 49.289 vítimas fatais, segundo o Simi (Sistema de Monitoramento Inteligente), gerido pela Fundação Seade. São 1.376.887 pacientes recuperados.

A ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) está em 67,5% no Estado, enquanto 52,6% das vagas de enfermaria estão indisponíveis. Na Grande São Paulo, a taxa é de 69% e 60,5%, respectivamente.

O Brasil registra 8.324.294 casos, 207.095 mortes e 7.339.703 recuperados, de acordo com dados do Ministério da Saúde.




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