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República Checa: estreante, mas cheia de tradição em Copas
Nilton Valentim
Do Diário do Grande ABC
19/02/2006 | 08:23
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Pode-se dizer que esta é a primeira vez que a República Checa participa de uma Copa do Mundo. Entretanto, o país herdou a história da antiga Checoslováquia, que contabiliza oito Mundiais, com direito a dois vice-campeonatos, perdendo para a Itália, em 1934 e para o Brasil em 1962. “É um país que não tem tanta tradição mundial, mas que possui grande respeito na Europa”, afirma o atacante andreense Adauto, que defendeu o Slavia Praga nas últimas três temporadas e acaba de rescindir seu contrato com o time checo.

No período em que defendeu o clube mais antigo do país – fundado em 1892 – Adauto pôde acompanhar a preparação da equipe para o Mundial, a brilhante participação na Eurocopa-2004 – perdeu nas semifinais para a campeã Grécia – e também a sofrida classificação para a Copa da Alemanha. Depois de ficar na segunda colocação de seu grupo, conquistou a vaga na repescagem contra a Noruega. “Nos últimos seis anos, a República Checa tem mostrado uma força de conjunto muito grande e eu diria que tem 60% de chances de passar para a segunda fase do Grupo E”, revela o jogador.

O Campeonato Checo é disputado por 16 equipes. Entretanto, os principais jogadores da seleção não atuam em casa. Assim como acontece com o Brasil, os astros estão em outros países da Europa, como Inglaterra, França e Itália.

Se todo time começa por um bom goleiro, os checos estão muito bem servidos. Contam com Petr Chech, um dos melhores do mundo na posição. Ele integra a equipe inglesa do Chelsea, considerada uma das difíceis de serem vencidas no planeta.

O atacante Baros, do Aston Villa (Inglaterra), é outro destaque checo. Artilheiro da última Eurocopa, começou a mostrar serviço ainda nas categorias de base, quando defendia o Banik Ostrava. Transferiu-se para o Liverpool em 2001 e desde o ano passado está no Aston Villa.

Mas o grande nome da companhia é Pavel Nedved. Eleito o melhor jogador da Europa em 2003, o meia é considerado um dos melhores do mundo. Entretanto, sua participação no Mundial ainda não é certa. Após a classificação, ele se despediu da seleção, mas está sendo convencido a retornar. “Sem ele, as chances de classificação caem para 50%”, diz Adauto.

História – Na República Checa, o futebol resiste às transformações históricas e políticas e até geográficas. O esporte chegou ao país no século XIX e o primeiro time do país foi o Slavia Praga. Nesta época, o país ainda fazia parte do Reino Austro-Húngaro.

A Checoslováquia foi criada em 1918 e, com o passar dos anos, o país virou potência futebolística européia. Venceu a Eurocopa de 1976 e conquistou o ouro olímpico em 1980. Com o fim do comunismo, em 1993 houve a separação da República Checa e da Eslováquia. Mesmo assim, os checos foram campeões sub-21 em 2002 e chegaram às semifinais da Euro em 2004.

A participação da antiga Checoslováquia em Copas do Mundo teve início em 1934, com um segundo lugar na Itália, perdendo para os donos da casa. Quatro anos depois foi eliminada pelo Brasil. Voltou em 1954 e perdeu seus dois jogos na primeira fase. A eliminação prematura voltou a ocorrer em 1958.

No Chile, em 1962, os checos foram comandados pelo meia Josef Masopust, e mais uma vez chegaram à decisão do título. O grande problema é que decidiram contra o Brasil. Chegaram a abrir o placar, mas Amarildo, Zito e Vavá marcaram na virada brasileira por 3 a 1.

Os checos ficaram fora da Copa de 1966 e voltaram em 1970, sem grande destaque. O mesmo ocorreu em 1982, não conseguiu vaga em 1986 e depois, em 1990, foi eliminada pela Alemanha, que conquistou o tricampeonato mundial.




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