Esta descoberta, realizada por uma equipe franco-belga, cujos trabalhos sao publicados pela revista científica britânica Nature, desta quinta-feira, refere-se a todos os procedimentos ligados à fotografia à base de compostos de prata (branco e preto, cor, radiografia, off-set, halografia). Ela promete um crescimento importante da qualidade nesse campo.

A descoberta foi feita em equipe formada por Jacqueline Belloni, Mona Treguer e Hynd Remita, do Laboratório de físico-química dos raios da Universidade de Paris Sul, e René De Keyzer, da Agfa-Gevaert, em Mortsel (Bélgica), que aumentaram a sensibilidade dos elementos fotosensíveis das emulsoes, os cristais de bromato de prata (AgBr) contidos nas películas, acrescentando à soluçao formiato de prata.

Assim, dois átomos de prata produzidos por cada fóton absorvido pela emulsao, o que resulta num ``rendimento quântico' dez vezes superior aos obtidos até o presente.

``Fundamentalmente, esta é a primeira vez que se converte integralmente a luz em outra coisa: a fabricaçao de prata', disse Jacqueline Belloni .

Como resultado, estimam os pesquisadores, a foto digital se encontra ultrapassada ``em dez ou 20 anos'. Atualmente, uma imagem de formato 24 X 36 contém de 200 a 300 milhoes de pixels (unidades fotosensíveis). ``Com nosso procedimento, conseguimos dois bilhoes', explicou Jacqueline Belloni.

Este aumento da sensibilidade pode ser utilizado para reduzir a duraçao da exposiçao (o que permite captar melhor um movimento rápido ou reduzir a dose de radiaçao nas radiografias), ou ainda, com igual exposiçao, para fotografar com menos luz, eventualmente sem flash, ou para aumentar a definiçao, reduzindo a granulaçao dos cristais da emulsao.