Sem abraço, sem beijo e sem aperto de mão. As medidas de prevenção, em decorrência do coronavírus, podem se elevar à pré-campanha eleitoral, praticamente em andamento, e até o início da empreitada municipal. Embora o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), tenha desrespeitado no domingo as recomendações do próprio Ministério da Saúde – postura considerada, inclusive, irresponsável por agentes da área –, os políticos do Grande ABC e das demais cidades do País – desde cabos e candidatos a vereador e a prefeito – terão que estudar, além de avançar uso das ferramentas nas redes sociais, outros meios eficazes de atingir o eleitorado, diante do afastamento do chamado corpo a corpo. Uma crise em maiores proporções no Brasil terá impacto no pleito, principalmente majoritário.  

Atraso no pleito

 Tendo em vista o atraso no pleito da Ouvidoria de Santo André, a então detentora do cargo de comando do órgão deixou a função. Ex-vice-prefeita da cidade, Oswana Fameli teve de sair do posto, uma vez que terminou na sexta-feira o período de mandato. De acordo com informações de bastidores, ela deve se colocar no processo como candidata à reeleição, mas o colegiado formado pela entidade ainda elabora o edital de inscrições para os postulantes. Enquanto isso, Ronaldo Martim, ex-adjunto, assumiu o posto interinamente. 

Comunicação

 Envolvido em várias denúncias, inclusive um indiciamento na PF (Polícia Federal) no âmbito da Operação Prato Feito, que envolve desvio de dinheiro da merenda, o prefeito de São Bernardo e pré-candidato à reeleição, Orlando Morando (PSDB), reforçou seu time de Comunicação. Começou a atuar ontem no Paço a jornalista Natália Fernandjes, ex-editora de Setecidades do Diário. Pesquisas de intenção de voto indicam que a profissional terá muito trabalho pela frente. Um dos levantamentos, datado do fim de janeiro e ao qual a coluna teve acesso, mostra que o nome do tucano é o primeiro (24,5%) que vem à mente do eleitor quando se fala em corrupção no município – o do ex-prefeito Luiz Marinho (PT) foi mencionado por 8%.

 Retorno ao tucanato

 O prefeito de Ribeirão Pires, Adler Kiko Teixeira, retornou às fileiras tucanas. O ato de filiação foi oficializado na sexta-feira à noite, no diretório paulista do PSDB, partido pelo qual acumulou mandatos de vereador e chefe do Executivo na vizinha Rio Grande da Serra. A volta já era favas contadas. Já é certo, contudo, a perda do PSB, sigla pela qual Kiko se elegeu em 2016. O ex-vice-governador de São Paulo e dirigente estadual socialista, Márcio França, ficou irritado com a postura do ex-correligionário, e deve ceder a legenda para Amigão D’Orto, possível nome a vice de Clóvis Volpi (PL).

 Movimento

 Por falar em Adler Kiko Teixeira, o prefeito de Ribeirão Pires, que pode ainda ter problemas jurídicos ao oficializar candidatura na Justiça Eleitoral – sofreu rejeição de suas contas quando presidiu a Câmara –, tem feito movimento nas últimas semanas na tentativa de ‘limpar’ algumas candidaturas às vésperas do processo eleitoral. Entre os alvos está Lair da Apraespi. Ela postulou vaga de deputada federal em 2018, pelo PMB – à época, obteve 9.362 votos. No fim do ano passado, migrou para o Avante visando entrar na corrida majoritária. Ex-aliados de Clóvis Volpi também estão na rota.

 Expediente no Consórcio

 Como medida temporária para prevenir o contágio pelo novo coronavírus, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC anunciou ontem procedimentos emergenciais em relação ao trabalho realizado na sede da entidade regional, que passa a ser das 10h às 16h até 12 de abril. A alteração no horário de expediente possui como objetivo a flexibilização nas escalas para evitar que os servidores usem transporte público em horário de pico.