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A importância do nada

Brasília está discutindo Elias Fernandes, a permanência de Mário Montenegro

Do Diário do Grande ABC
01/02/2012 | 00:00
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Brasília está discutindo Elias Fernandes, a permanência de Mário Montenegro, se é que este é o nome dele, as atitudes do deputado potiguar Henrique Alves, do PMDB, o relacionamento entre o vice-presidente Michel Temer e a presidente Dilma Rousseff, a presença de Césare Battisti num fórum internacional em Porto Alegre, com o objetivo de mudar o mundo, e pago naturalmente com dinheiro público, que o deles não muda nada, nem de bolso.

O País está tão parado que não há assunto nem para as discussões. Se o ministério ficar com Montenegro, Negromonte ou qualquer outro monte dos que vêm sendo citados, tanto faz; se Henrique Alves será ou não o próximo presidente da Câmara, um cargo tão importante que o presidente atual sumiu por vários dias e só se soube que estava fora do País (e ilegalmente) porque a imprensa descobriu seu paradeiro, não faz a menor diferença. Se Severino Cavalcanti já foi presidente da Casa, qual o problema de Henrique Alves chegar lá? Ulysses Guimarães e Adauto Lúcio Cardoso também foram presidentes da Câmara, e levaram ao cargo dignidade e coragem. Mas isso faz tanto tempo!

Veja os candidatos a prefeito de São Paulo, maior cidade do País: a credencial de um é o sobrenome tradicional, a de outro é ser neto de um político importante, a de outro é ter escrito mais livros ruins do que tem de anos de vida, a de outro é pentear os cabelos a cada instante, olhando-se ao espelho com ternura.

Enchentes, habitação, trânsito? Quem sabe um dia isso se resolve sozinho?

FIM DE FÉRIAS
As autoridades têm uma chance ótima de tentar ajudar a resolver esses problemas: neste 1º de fevereiro, acabam-se os recessos e, oficialmente, suas excelências voltam de férias. Este colunista tem um palpite: ainda é cedo e todo mundo precisa descansar do descanso. Talvez, digamos, depois do Carnaval?

PROMESSAS SEM FATOS
O candidato do governo federal à prefeitura paulistana é Fernando Haddad. Ele ocupou o Ministério da Educação durante seis anos e meio, nos governos Lula e Dilma. Além de organizar o Enem, com os resultados que se conhecem, cabia a ele comandar o Proinfância, órgão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação responsável pela construção de creches. A candidata Dilma Rousseff prometeu entregar 6.427 creches. Em mais de um ano de governo Dilma, e conhecendo a máquina do Ministério da Educação, onde já estava faz tempo, Haddad não conseguiu completar nenhuma creche - ou, para usar a linguagem publicitária oficial, ficou no Creche Zero.

O NOME E A COISA
A região de Pinheirinho, em São José dos Campos, começou a ser ocupada em 2004 (há quem fale em 2002, mas se houve algo mais cedo foi pequeno). Quem estava na Presidência? O PT, que continua lá. Quem estava no governo? O PSDB, que continua lá. Quem estava na prefeitura? O PSDB, que continua lá. Então, toda a discussão a respeito de ‘barbárie', de ‘império da lei', essas coisas, tudo não passa de conversa mole: todos tiveram tempo suficiente para cuidar do caso antes que se transformasse em emergência. Mas um prefere jogar a culpa no outro em vez de resolver o problema. Trabalhar cansa. E ter a ideia de marcar as crianças desalojadas com faixas amarelas, como em campos de concentração, é repulsivo.

FRASE NOTÁVEL
Da internet, acompanhando um desenho que não vamos reproduzir neste jornal familiar, uma grande definição política: "O PSDB leva no bolso; o DEM leva na meia; o PT leva na cueca; e o povo leva no mesmo lugar de sempre".

BOA NOTÍCIA
Uma molécula nova, que acaba de ser homologada na Itália, é a nova esperança na luta contra o mal de Alzheimer. A molécula será a base de uma vacina capaz de provocar, espera-se, uma reação do organismo contra a doença. Não é nada para já, claro: são necessárias outras homologações (como a da FDA norte-americana) e, cumprido esse processo, começam os testes, para só mais tarde se pensar em oferecer a vacina no mercado. Mas já é uma esperança.




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